Maioria dos motoristas com veículos danificados após cair em crateras pela rua da Capital prefere não acionar a prefeitura na Justiça
Diariamente, a população de Campo Grande enfrenta turbulência e 'ganha' prejuízos'com a grande quantidade de buracos que toma conta das ruas desde o centro, até os bairros considerados distantes da área central. Além de correr o risco de se machucar com o impacto causado pelos buracos e até mesmo com a queda quando se trata da motociclistas, a população acaba perdendo dinheiro, já que após passar nas 'crateras', os veículos acabam danificados.
O porteiro Thiago Cavalcante, 31 anos é uma 'vítima' dos buracos que tomam conta das ruas da Capital e explica que passou por problema do tipo ao trafegar pela Rua Filinto Muler, acabou passando com seu carro dentro de uma cratera que está na frente do pronto socorro do Hospital Universitário e teve um prejuízo de R$ 800,00.
"Como estava chovendo, o buraco estava cheio de água e eu não vi. Quando passei, estourou a mola e o amortecedor do meu carro. Só pra consertar a parte traseira foi R$ 400,00 e a parte da frente mais R$ 400,00. Esse buraco atrapalha a entrada das ambulâncias no hospital também, porque a ambulância vem correndo para entrar e tem que diminuir totalmente a velocidade até conseguir passar. Fora o tanto que ela balança, deixando o paciente que chega pior ainda", afirma Thiago.
Questionado sobre a possibilidade de tentar acionar a prefeitura através da justiça para que arque com os prejuízos causados em decorrência dos buracos, Thiago diz que como a situação exige muito tempo, prefere não 'ter dor de cabeça'.
"Só temos dor de cabeça e sabe Deus quando que sai algum ressarcimento da prefeitura. As pessoas que não tem condições de consertar um veículo agora, tem que se virar para consertar porque no que depender da prefeitura arcar com os gastos, demora muitos e muitos anos. Prefiro mesmo é evitar essa dor de cabeça", diz o porteiro.
O colega de profissão de Thiago, Lindoval dos Santos, 32 anos ressalta que Campo Grande vive um momento crítico, já que hoje possui um 'festival de buracos'. "A situação da nossa cidade está bem crítica, ela está completamente tomada por buracos e esse serviço é essencial. A população que sai prejudicadas sempre".
Ao chegar no final da Rua Lagoa da Prata, no bairro Iracy Coelho, próximo da rotatória que da acesso para a Avenida Guaicurus, os motoristas acabam sendo surpreendidos por mais de cinco buracos com menos de 1,5 metro de distância um do outro.
Segundo o frentista Sergio Queçoni de Lima, 53 anos, com as fortes chuvas que vem caindo na Capital, os buracos ficam cheio de água e os motoristas e motociclistas não conseguem identificar onde estão para fazer o desvio e acabam caindo no local.
"Muitos motociclistas caem nesses buracos. Não tem um dia que alguém não cai nessa rotatória. Eles tentam desviar, mas acabam entrando na contra-mão e isso pode fazer com que eles sofram um acidente. Já perdi as contas de quantas pessoas já foram vítimas desses buracos", diz Sergio.
O trabalhador afirma ainda que mesmo que a equipe de tapa-buracos tente solucionar o problema, basta chover, mesmo que não seja uma tempestade, que os buracos volta a abrir. "O material que eles utilizam é muito ruim, parece uma casca de ovo, sai fácil. Eles vem, fecham o buraco, dai chove e eles voltam a aparecer".
Sergio destaca preocupação com aqueles que trafegam pelo local e não conhecem a região, que acabam caindo e tendo prejuízo. Já os que conhecem, criaram um atalho, que conforme Sérgio, nem sempre da certo.
"Eles tentam passar em cima do barro por cima da calçada, mas tem uns que acabam atolando. Esses dias um caminhão atolou ali e não teve jeito para passar. Alguns motoristas de ônibus acabam passando por cima também porque passar dentro dos buracos é complicado", diz Sérgio.
A rua Da Divisão também está repleta de buracos que geram transtornos para aqueles que utilizam a via. A dentista Karine Bitencourt, 28 anos, afirma que passa pelo local todos os dias e que ultimamente tem visto pessoas se acidentarem diariamente no local.
"Após uma forte chuva os buracos apareceram. Um dia depois, vi uma pessoa acidentada no local. Os buracos impedem a passagem na rua. Agora, os buracos estão cheios de cascalho, que provavelmente os moradores, com medo de mais alguém se machucar, fizeram o que podem para ajudar. As ruas estão um caos por causa dos buracos. Está muito difícil trafegar em segurança", diz a dentista.
Em resposta as reivindicações da população, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) afirmou que a impressão que tem é que a 'cidade e feita da açúcar, já que derrete com a chuva' e diz que assim que as chuvas derem uma 'trégua', sua equipe estará solucionando o problema.
"A cidade toda está perdendo, esse problema é muito grave. Nossa cidade parece que é feita de açúcar, ela derrete com a chuva. O asfalto vai esburacando e você faz o tapa-buraco e na sequência já surgem buracos. Em primeiro lugar, estamos fazendo a nossa parte, socorrendo as situações de emergências, esse momento é delicado porque a chuva está muito constante, assim que passar nós vamos estar passando com a equipe.Todos os buracos serão tapados dentro do possível", diz o prefeito.
Traduzindo as palavras do prefeito, enquanto chove, a população deverá 'acostumar' com os buracos e aguardar um lindo sol no céu para ter os problemas solucionados dentro do possível e consertar seus próprios veículos.
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