sexta-feira, 20 de março de 2015

Servidores denunciam 'terrorismo psicológico' em postos de saúde

Autor: Diana Christie |


Trabalhadores da saúde ficam sob constante ameaça de redução nos salários e recebem determinações para economizar com materiais, água e eletricidade

As constantes ameaças de acabar com os plantões da saúde estão "aterrorizando" os profissionais de saúde que trabalham na rede pública da Capital. A categoria está preocupada com a redução de salários e a falta de segurança na execução do trabalho.

Ontem (19), uma máquina para controle eletrônico da entrada e saída dos servidores na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino foi instalada em mais uma demonstração da prefeitura de descumprimento do acordo para manter o serviço normal até abril.

A categoria, que participa hoje (20) de audiência pública para discutir o problema, reclama do “terror psicológico” enfrentado nas unidades de saúde com determinações para economia de materiais, energia elétrica e água.

“Está todo mundo morrendo de medo, pois chegou uma carta do coordenador de urgência (Frederico Miguel Dantas) para colocar escalas de 12 por 36 horas que vai reduzir o nosso salário em mais da metade e todo dia sai uma informação nova”, relata um funcionário que prefere não se identificar.

De acordo com ele, o salário-base de profissionais como enfermeiros, assistentes sociais e farmacêuticos varia entre R$ 1,9 mil e R$ 2,1 mil, somado com um abono do SUS (Sistema Único de Saúde) de, em média, R$ 500.

Descontado gastos como imposto de renda, previdência social, plano de saúde e, em muitos casos, empréstimos, a maioria dos funcionários recebem apenas o valor dos plantões, que pode chegar até R$ 6,3 mil se o servidor fizer oito turnos extras.

O problema é agravado, pois no Cempe (Centro Municipal Pediátrico), ‘menina dos olhos’ do prefeito Gilmar Olarte (PP), os profissionais recebem o dobro do salário para serem incluídos neste sistema de 12/36h e o benefício não será estendido aos demais postos de saúde que atuam nos bairros.

“O funcionário hoje está assustado sem saber o que vai acontecer. Nenhum de nós faz compras com pagamento à prestação, pois não temos mais certeza sobre os nossos salários”, conta um servidor.


Outro profissional acrescenta que algumas categorias já teriam sofrido com os cortes de plantões e que o reajuste salarial dos trabalhadores da saúde está previsto para o próximo mês. “Fico preocupado, pois pode ser um terrorismo para camuflar a data-base do reajuste e ficarmos sem os nossos direitos”, comenta.

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