terça-feira, 14 de abril de 2015

Deputados que aprovaram terceirização são hostilizados em Campo Grande

Elizeu Dionízio chegou a fugir dos sindicalistas

Revoltado com a atuação de parlamentares no Congresso, um grupo de manifestantes foi ao Aeroporto Internacional de Campo Grande com cartazes  hostilizando cinco representantes de Mato Grosso do Sul em Brasília. Os deputados federais ganharam antipatia de parte dos trabalhadores quando votaram a favor do projeto que regulamenta os contratos de terceirização no setor privado e para as empresas públicas, de economia mista, suas subsidiárias e controladas na União, nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios.

Os cartazes, com dizeres: “Procurado- Traidores que votaram contra os direitos dos trabalhadores”, tinha como alvo os deputados que, segundo o grupo, votaram a favor da terceirização:  Elizeu Dionizio (SD),Luiz Henrique Mandetta (DEM), Geraldo Resende (PMDB), Carlos Marun (PMDB), Dagoberto Nogueira (PDT) e  Tereza Cristina (PSB).
O grupo escolheu a segunda-feira para fazer protesto porque é o dia que, geralmente, deputados e senadores voltam para  Brasília, já que as sessões acontecem de segunda a sexta-feira.
O deputado Elizeu Dionizio (SD) foi um dos abordados, mas não parou para conversar. Já o senador Waldemir Moka (PMDB) se comprometeu a fazer uma discussão mais aprofundada para que não se acabe com os direitos e abra brecha para terceirização de todo setor público.
O presidente do Conselho Estadual de Saúde, Ricardo Bueno, explica que o projeto desobriga empresas da corresponsabilidade com as terceirizadas. “É a precarização do serviço . As pessoas vão trabalhar mais. O empresário que terceiriza não quer perder. Ganha e contrata mão de obra com preço bem baixo”, reclamou.
Ricardo Bueno cita como exemplo o caso da empresa Viga, que presta serviço no Hospital Regional. Segundo ele, o Estado paga R$ 3 mil para empresa, que contrata um servidor com salário mínimo. O protesto teve apoio  do Sindicado da saúde, da Enersul, dos servidores da Funasa, Correios, Embrapa, Construção Civil e da Central Única de Trabalhadores (CUT).
O projeto aprovado na Câmara permite a terceirização de todos os setores de uma empresa, o que levanta crítica de quem acredita que tal atitude provocará  a precarização dos direitos trabalhistas e dos salários. 

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