Em carta, o pontífice defendeu ações diretas em prol dos mais desfavorecidos
O papa Francisco manifestou seu desejo de que a Cúpula das Américas desenvolva "um diálogo sincero" que supere diferenças e encare com realismo a desigualdade e a imigração. A manifestação ocorreu na forma de carta divulgada neste sábado pela Santa Sé e enviada ao presidente do Panamá e anfitrião da VII Cúpula das Américas, Juan Carlos Varela.
No comunicado, o pontífice afirmou que "a injusta distribuição das riquezas e dos recursos é fonte de conflitos e de violência entre os povos porque representa que o progresso de uns é construído sobre o necessário sacrifício de outros". Segundo o papa, nenhum ser humano deveria ser excluído de bens básicos como terra, trabalho e casa, tampouco de serviços públicos como saúdade, educação e segurança.
O papa defendeu que "não é suficiente esperar que os pobres recolham as migalhas que caem da mesa dos ricos". É preciso, afirma, impulsionar "ações diretas em prol dos mais desfavorecidos", algo que deveria ser prioridade dos governos. Na carta, o papa ainda disse que a desigualdade ocasiona outro grande problema, a imigração, que deve ser tratada com mais atenção pelas nações americanas. "A falta de cooperação entre os países deixa muitas pessoas fora da legalidade, sem possibilidade de fazer valer seus direitos, obrigando-as a se situar entre os que se aproveitam dos demais ou a se resignar a ser vítimas dos abusos".
A VII Cúpula das Américas, realizada no Panamá sob o lema "Prosperidade com igualdade", foi aberta ontem e termina hoje contando com a participação de Cuba pela primeira vez. Na sexta, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o de Cuba, Raúl Castro, se cumprimentaram e, neste sábado, está previsto que tenham um encontro que será o primeiro entre os governantes de ambos os países em mais de meio século.
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