terça-feira, 16 de junho de 2015

Em novo protesto, professores lotam Câmara e relatam ameaças

A greve que já dura mais de 20 dias, ainda deve continuar enquanto a prefeitura não assinar um acordo com a categoria


Foto: Diana Christie
Em greve há quase um mês e sem ter um acordo com a prefeitura, os professores da Reme (Rede Municipal de Ensino) mais uma vez lotaram o plenário da Câmara Municipal na manhã desta terça-feira (16), em Campo Grande.  

Com cartazes e balões pretos, a categoria, que está  paralisada desde o último dia 25 maio, denunciou aos vereadores supostas ameaças do poder público, forçando os trabalhadores a voltarem às salas de aulas mesmo sem terem um acordo firmado com o município.

Segundo os educadores, as ameaças estão vindo por mensagens nos celulares e ressaltam que hoje às 14h todas as escolas farão uma reunião, onde os diretores de cada centro educacional irão passar ordens feitas pela Semed (Secretaria Municipal de Educação).

Nesta manhã, o vereador Eduardo Romero (PT do B),  alertou a população apara ficarem atentos ao Diogrande (Diário Oficial do Município), porque a Semed quer que os professores voltem as salas a partir de amanhã (17), caso contrário, muitos poderão ser exonerados de seus cargos. Nesta manhã, Romero pegou emprestado o celular de uma professora e leu a mensagem que convoca a categoria a voltar ao trabalho, a identidade da educadora foi mantida em sigilo devido as represálias.

"Em especial os convocados e os que possuem aulas complementares", dizia a mensagem.

Eduardo ainda pediu para a ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação) encaminhar uma lista com todos os professores presentes na Câmara nesta manhã para acompanhar as exonerações.

"Se algum professor  que está cumprindo seu direito de greve for demitido, vamos acionar a Justiça, vamos levar essas denúncias ao Ministério Público'', ponderou o vereador.

A peemedebista Carla Stephanini, comparou o caso dos professores  com o que aconteceu com  a greve das recreadoras  dos CEINFs (Centro de Educação Infantil), onde um áudio mostrava uma diretora ameaçando as suas funcionárias dizendo que seriam ordens da então primeira-dama Andréia Olarte. Leia aqui.

Durante a sessão desta terça, o vereador Chiquinho Telles do PSB, foi vaiado pelos professores ao dizer que o discurso de Luiza Ribeiro (PPS), tinha sido 'demagogo' e que havia várias 'Bernaldetes' infiltradas com os educadores.  "A Luiza faz um discurso demagogo para abrir a Comissão Processante contra o Olarte, para abrir a Comissão contra o Bernal (prefeito cassado em março de 2014), ela foi contra. São dois pesos e duas medidas de uma oposição raivosa que está querendo caçar o prefeito Gilmar a qualquer custo. Os professores estão com a razão, mas existem 'bernaldetes' que se infiltram em meio a categoria", disse Chiquinho.

Ainda segundo Telles, a prefeitura sinalizou que vai entrar no acordo de 8,6% até dezembro e o restante seria pago de janeiro a março do ano que vem.


Devido as ameaças frequentes que os professores estão sofrendo, o vereador Alex do PT, apresentou um projeto de Lei para que haja eleições diretas para os diretores das escolas e CEINFs da Capital. Além do próprio Alex, o projeto foi assinado pelos também petistas Thaís Helena, Airton Araújo e Cazuza. Eduardo Romero e Otávio Trad, ambos do PT do B, também assinaram o documento, além deles, os vereadores Chiquinho Telles, Paulo Pedra (PDT), José Chadid (sem partido) e Luiza Ribeiro também aprovaram.

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