Mário Sérgio Lorenzetto
O papel fundamental da gestão escolar para a melhoria da qualidade de ensino.
Enquanto nossos dirigentes fazem planos mirabolantes para melhorar a educação, o aprendizado nas séries finais do ensino fundamental e no ensino médio continua estagnado. Um dos principais problemas está na gestão dos nossos sistemas municipais e estaduais de ensino. E para melhorar a gestão é preciso ter diretores e secretários de educação com capacidade gerencial e escolas mais autônomas, que se libertem do jugo dos partidos políticos e tenham liberdade para implementar as políticas educacionais que julgarem adequadas para melhorar o aprendizado.
As escolas públicas apresentam índices muito baixos de gestão. Segundo o "Economic Journal" (da Inglaterra) que publicou uma recente pesquisa, no quesito gestão superamos apenas as escolas indianas. Essa pesquisa mediu a qualidade das práticas gerenciais em 1.800 escolas de ensino médio em sete países: Inglaterra, Suécia, Canadá, EUA, Alemanha, Itália, Brasil e Índia (estão ordenados em ordem decrescente de qualidade de gestão). A pesquisa demonstrou que a qualidade da gestão de cada uma das 1.800 escolas está diretamente relacionada com a nota dos seus alunos nos exames padronizados em cada país. Ou seja, nas escolas com melhores práticas gerenciais os alunos têm notas melhores.
A má qualidade de ensino está relacionada com o modo como os professores e funcionários são gerenciados, pois os professores muito bons, assíduos e efetivos ganham o mesmo salário que os demais, que não podem ser demitidos. O papel fundamental da gestão escolar só será resolvido com a melhoria da capacidade gerencial daqueles que administram as escolas e as redes de ensino. Se não modificarmos isso urgentemente, todos os outros programas idealizados para melhorar aeducação, tais como a educação em tempo integral, a utilização de novas tecnologias, o currículo mínimo e os aumentos nos salários dos professores resultarão apenas no velho conhecido desperdício de dinheiro. A falta de capacidade gerencial dos nossos gestores é um gargalo que impede que esses programas resultem em melhoria da qualidade de ensino.
O caso exemplar da educação em Sobral, no Ceará.
Apesar de estar localizado em uma região relativamente pobre, Sobral conseguiu melhorar dramaticamente o aprendizado de seus alunos, através de sucessivas reformas educacionais que focaram especialmente a gestão escolar. Os alunos da rede pública de Sobral tinham um Ideb de 4, igual à média brasileira, mas muito abaixo das escolas privadas de São Paulo. Entre 2005 e 2013, o Ideb de Sobral praticamente dobrou, alcançando um nível educacional maior do que a média das escolas privadas de São Paulo. Um estupor. Um sonho.
Em Sobral foi aplicado o conceito de autonomia com responsabilidade, de forma que os diretores e professores tinham autonomia para atuar na escola, mas tinham de prestar contas para a secretaria de educação, para que ela pudesse avaliar e cobrar resultados. Sobral também desenvolveu material próprio, distribuído para todos os docentes. Eles também passaram a receber formação continuada durante todo o ano letivo em cursos ofertados pela secretaria. Mas esses cursos não eram de "enfeites", eram práticos e pragmáticos. As aulas não giravam em torno de metodologias pedagógicas e discussões "bizantinas" teóricas. Os professores recebiam o material pedagógico dentro da sala de aula, de forma que se maximizasse o aprendizado dos alunos. A formação era muito mais prática do que teórica.
Além disso, Sobral desenvolveu um sistema de avaliação externa às escolas, no qual todos os alunos passavam por exames semestrais. Essas avaliações eram iguais para todas as turmas, e a secretaria comparava o desempenho dos professores e dos alunos. Com base nessa avaliação externa, foi desenvolvido um projeto de gratificação por desempenho. A gratificação era dada tanto para diretores quanto para professores. Os professores ganhavam o bônus caso a nota média dos alunos na avaliação externa semestral atingisse as metas estabelecidas pela secretaria. E ia além. Também distribuía um prêmio para as melhores escolas que era distribuído para todos os funcionários. O caso exemplar de Sobral ilustra claramente que é possível melhorar a qualidade da educação, mesmo em municípios e bairros mais pobres, desde que os gestores estejam preparados e convencidos para enfrentar os interesses corporativistas e adotar melhores métodos de gestão. A educação tem de descobrir que vivemos no século XXI.
Não se nasce mulher, torna-se mulher. O feminismo em dois atos.
A célebre frase de Simone de Beauvoir poderia ser o lema de uma geração de feministas. Foi a geração encarnada pela pensadora francesa que promoveu grandes mudanças. Início da queda do autoritarismo masculino. Igualdade das mulheres. Votavam. Trabalhavam fora de seus lares. Escolhiam estar ou não casadas. Podiam ou não usar os sutiãs queimados em praças públicas.
No entanto, nas décadas seguintes, ser feminista virou sinônimo de odiar homem, sutiã, maquiagem, desodorante, depilação, de ter vontade de mandar nos homens, inverter a ordem.
No entanto, nas décadas seguintes, ser feminista virou sinônimo de odiar homem, sutiã, maquiagem, desodorante, depilação, de ter vontade de mandar nos homens, inverter a ordem.
Na última década, o feminismo voltou à tona. Não desejava mais inverter a ordem, mas de equilibrá-la. As feministas que, de acordo com o estereótipo, eram "mulheres infelizes que não conseguem arrumar marido", passaram a buscar a definição de feministas felizes. Não exigiram mais serem as comandantes apenas por serem mulheres; começaram a discutir o poder nas empresas e governos, para aqueles que fossem mais cultos, hábeis e inovadores. Não querem mais apenas educar as meninas, mas também os meninos para que não sejam duros. Mas os dois momentos do feminismo trazem um interesse inquebrantável: as mulheres não são culpadas pela violência que sofrem.
Despesas com o Minha Casa Minha Vida caem 21%
Somando os desembolsos de 2015 e os restos a pagar correspondentes a 2014, o governo federal gastou R$10,8 bilhões até setembro, valor 21% menor que os R$13,7 bilhões pagos em igual período do ano passado. Pior, se separarmos apenas os gastos de 2015 houve queda de 41% do início do ano até setembro. Sem casa? Adie o sonho novamente. Ficou ainda mais distante ganhar ou adquirir a casa própria.
Já vão tarde. As lâmpadas incandescentes estarão proibidas no Brasil em 2016.
Elas duram menos e consomem muito mais energia que suas irmãs fluorescentes. A lâmpada tradicional gasta mais energia porque precisa deixar um filamento incandescente, "pegando fogo". Já experimentou encostar em uma lâmpada dessas acesa? A fluorescente demanda menos energia para gerar a mesma quantidade de luz - e por isso também esquenta menos. A venda das incandescentes estará proibida no Brasil à partir de 2016. Adiós, já vai tarde.
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