Grupo jihadista organizou detalhes sobre construção de Estado na Síria.
Texto foi obtido pelo jornal britânico 'The Guardian'.
Um documento interno do grupo Estado Islâmico obtido pelo jornal britânico “The Guardian” aponta que os jihadistas têm planos definidos para criar um Estado completo noIraque e na Síria, com departamentos de governo, tesouro e um programa econômico para autossuficiência.
O documento de 24 páginas estabelece um modelo para relações com estrangeiros, uma operação completa de propaganda e um controle centralizado sobre o petróleo, o gás e outras partes vitais da economia local.
O manual foi escrito no ano passado e intitulado “Princípios na administração do Estado Islâmico”, segundo o Guardian. O texto estabelece as aspirações dos terroristas e a forma como eles conseguiram se destacar como o grupo jihadista mais rico e desestabilizador dos últimos 50 anos.
Segundo o jornal, o texto, junto com outros documentos, mostra que o grupo, apesar de ser baseado em um princípio de violência brutal, também tem preocupações como saúde, educação, comércio, comunicações e empregos – necessários para a construção de um Estado.
O documento foi escrito entre julho e outubro de 2014, após Abu Bakr al-Bagdadi, o misterioso líder do grupo, ter anunciado o “califado islâmico”.
Ele detalha como o Estado Islâmico vai construir campos de treinamento separados para tropas regulares e veteranos – estes devem participar de cursos de reciclagem de duas semanas anualmente para serem instruídos sobre as mais recentes tecnologias militares.
O documento também revela que o grupo sempre teve a intenção de treinar crianças para a guerra. As crianças receberão “treinamento para usar armas leves” e “indivíduos de destaque” serão selecionados para tarefas específicas, incluindo patrulhas.
O texto foi objetivo pelo jornal por meio de um executivo que tem contato com o Estado Islâmico via Aymenn al-Tamimi, um pesquisador acadêmico que trabalha compilando os documentos do grupo disponíveis para o público.
Por razões de segurança, o nome do executivo não foi divulgado – mas o jornal revelou que ele vazou 30 documentos no total, incluindo um relatório financeiro de uma das maiores províncias do Estado Islâmico.
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