Fabiano Portilho
Após as denúncias e gravações da Lama Asfáltica vir a público e irmão do Procurador-Geral de Justiça Humberto de Matos Brites ser citado na Operação, o MPE-MS formalizou após 24 dias, uma força-tarefa para apurar fatos relacionados à operação.
A Empreiteira GMB de Gilson de Matos Brites, irmão do Procurador de Justiça é citada na Operação Lama Asfáltica. A empresa "abocanhou altos contratos" no Governo de Puccinelli. GMB Engenharia (R$ 2.445.857,85) de Gilson de Matos Brites - irmão do Procurador-Geral do MPE
Gilson é filiado ao PMDB e com isso, lhe rende certas regalias, tais como fazer obras para prefeituras Pmdbistas.
Por exemplo: a empreiteira GMB tinha vários contratos na gestão Zelir Antonio Maggioni (PMDB), ex- Prefeito de Sonora por dois mandatos e continuou dando prosseguimento com seus serviços naquele município através do atual Prefeito Yuri Peixoto Barbosa Valeis (PR), partido de Edson Giroto, alvo da lama asfáltica.
A empreiteira GMB prestou também serviços para prefeitura de Rochedo na gestão Adão Arantes (PMDB) preso na Operação "Teto de Vidro", deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 2014. O objetivo da ação é combater crimes de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e corrupção em prefeituras no interior do estado.
A GMB engenharia ganhou a licitação no valor de R$ 3.983.395,00 para fazer manutenção e conservação das rodovias estaduais não pavimentadas para atender Coxim, reduto eleitoral do presidente do Presidente da Assembléia Legislativa, Junior Mochi (PMDB).
Final de 2012, o Governo Puccinelli aditivou em R$ 580 mil, serviço de conservação de rodovias não pavimentadas.
O valor foi adicionado ao contrato Nº Cadastral 0243/2007, avaliado em R$ 2,5 milhões. Segundo a publicação, o contrato prevê serviços de engenharia de manutenção e conservação das rodovias estaduais não pavimentadas, incluindo a operação de equipamentos e fornecimento de mão-de-obra especializada, na circunscrição da 10ª residência regional, localizada no município de Coxim – distante a 243 km de Campo Grande.
O Governo do Estado publicou no diário oficial de 6 de dezembro de 2012, um aditivo no valor de R$ 580,4 mil, em favor da empresa GMB Engenharia Ltda.
Zeca vai ao CNMP
O deputado federal Zeca do PT disse a reportagem do i9 que vai ao CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público) pedir investigação contra o MPE (Ministério Público Estadual). Ele reclama de inércia da instituição em relação a denúncias prévias atualmente foco da Operação Lama Asfáltica, que "até que enfim resolveu atuar nas investigações".
“Me causa estranheza a lentidão do Ministério Público Estadual, que ao longo dos últimos anos nada fez para apurar as inúmeras denúncias que encaminhei, retardando e burocratizando as ações, afinal, prevaricando nas suas atribuições em fiscalizar o governo do André Puccinelli (PMDB)”, diz o parlamentar, em nota pública divulgada.
O deputado diz que o MPE agia de forma diferente quando ele era governador (1999-2006). “Me causa estranheza, por que quando as acusações anônimas eram feitas em papel higiênico contra minha pessoa e meu governo, o MPE era rápido, eficiente e dinâmico”, continua o texto da nota.
Por conta disso, Zeca diz que encaminhará “mais uma representação” ao CNMP, pedindo “investigações contra o MPE por conta da inércia e falta de comprometimento em relação às denúncias contra o ex-governador André Puccinelli”.
A influência de Puccinelli sobre Matos Brites não para por ai, o Procurador foi flagrado em escutas telefônicas tentando afastar promotora do caso da Máfia do Câncer.
No dia 23 de julho de 2012, o doutor Adalberto (Chefe da Máfia do Câncer) fala com a filha.
Adalberto Siufi: “Eu já marquei com a sua excelência, o governador. Ou ele dá um stop nisso ou nós vamos para o pau”
Dois dias depois, ele diz como foi a suposta conversa com o governador do estado, André Puccinelli.
Advogado: “Boa a conversa?” Adalberto Siufi: “Boa, rapaz”.
E fala que o governador marcou um encontro entre ele e o procurador-geral de Justiça do estado do Mato Grosso do Sul.
Adalberto Siufi: “Marcou pra mim falar com o chefe, 8 horas amanhã”.
No dia seguinte, o médico fala novamente com a filha sobre a reunião.
Adalberto Siufi: “Foi nota 10. Ele foi muito aberto, muito legal, falou que vai resolver porque um pedido do governador ele não pode dizer não”.
O procurador-geral de Justiça confirma o encontro.
“Eles vieram dizer que estavam sendo perseguidos pela promotora, que eram inocentes, que nada daquilo que tava sendo veiculado era verdade, e pediam providências nesse sentido”, conta Humberto Brites, procurador-geral de Justiça do MS.
“O senhor costuma receber investigados aqui?”, pergunta o repórter.
“Costumo, não tenha dúvida. O que acontece, todo investigado, dependendo da dimensão da investigação, ele procura o procurador-geral no intuito de até tentar afastar a promotora de suas atividades”, responde Humberto Brites.
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