A meta é enxugar a estrutura
Veja outros detalhes da recondução provisória do Prefeito
O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, que vai assumir o posto novamente amanhã, mas já é considerado reconduzido ao cargo pela justiça, pretende anunciar seu secretariado ainda nesta quinta-feira. Sem citar possíveis nomes para formar seu secretariado, Bernal disse que uma definição já foi tomada: vai enxugar o número de secretarias para economizar. Hoje são 23 funções de primeiro escalão, entre secretários e presidentes de agências e institutos.
Para definir nomes, ele faz nesta noite uma reunião com parlamentares de sua base, na casa do vereador Paulo Pedra (PDT), cotado para ser o líder de Bernal na Câmara. Em breve participação na Marcha para Jesus, que está sendo realizada nesta tarde, o prefeito disse que seu critério para nomear os secretários será “técnico”.
Sobre os comissionados, ele já avisou que vai exonerar todos. Hoje, disse que pretende fazer uma análise de quem de fato trabalhar para adotar essa medida.
Bernal voltou a criticar o antecessor, Gilmar Olarte, que foi seu vice, dizendo que a crise na prefeitura é grave, “mas tem jeito”, e que a administração do ex-aliado “destruiu a administração”. Olarte foi afastado do cargo por decisão judicial, suspeito de envolvimento em uma armação para tirar Bernal do cargo.
O afastamento ocorreu no mesmo dia em que o Tribunal de Justiça julgou um recurso da Câmara de Vereadores e manteve uma decisão de maio do ano passado que anulava o decreto de cassação de Bernal.
“Vou trabalhar para retomar a administração”, declarou Bernal, depois de relembrar que deixou a prefeitura com um saldo de R$ 650 milhões e que não entende o atual rombo, que ele afirma ser de pelo menos R$ 300 milhões.
SEM MEDO DE REVIRAVOLTAS
Depois de tantas reviravoltas no comando da Prefeitura de Campo Grande, o cidadão certamente se pergunta: até quando vai durar o “novo” prefeito, já que a decisão que devolveu o cargo a Alcides Bernal, nesta terça-feira, manteve uma liminar, ou seja, um despacho com validade provisória, passível de ser derrubado por um outro recurso. O prefeito, porém, se mostra confiante quando indagado sobre uma eventual novo revés.
Bernal disse nesta tarde ao Midiamax não acreditar em uma nova decisão por ora em razão dos elementos que surgiram nos últimos meses, que reforçam as suspeitas de que foi vítima de uma armação na Câmara de Vereadores para tirá-lo do cargo. Para ele, o mais forte de tudo isso é a operação Coffee Break, do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), que investiga 12 vereadores, um ex-vereador, dois ocupantes de cargo na Prefeitura, dois empresários, e o próprio Gilmar Olarte, que foi afastado do cargo. Todos, conforme o Gaeco, são investigados por participação no esquema.
Além disso, Bernal cita a Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal, em que gravações revelam conversas indicando o complô contra Bernal. “Não é possível que, depois de tudo isso, eles voltem a mudar de ideia”. As informações dessas duas ações constam do processo que derivou no afastamento de Olarte da Prefeitura e de Mário César da presidência da Câmara de Vereadores, assim como determinou a apreensão de celulares de 17 pessoas.
Os dados também foram considerados pelos desembargadores que votaram pela manutenção da liminar que, em maio do passado, havia determinado a volta dele ao Paço Municipal. Essa liminar havia sido suspensa no mesmo dia e, ontem, foi votado um recurso da Câmara que tentava manter Bernal afastado, mas a decisão da Primeira Câmara Cível foi favorável ao progressista.
Processo original
Em relação ao processo que originou a liminar favorável a Bernal, o acompanhamento processual on-line mostra que os autos estão aguardando um despacho do magistrado. Como nem a Câmara de Vereadores nem Gilmar Olarte, que é parte interessada, apresentaram defesa, está a cargo do magistrado David de Oliveira Gomes Filho, definis os próximos passos. Ele pode, por exemplo, requisitar novas provas.
A expectativa do advogado de Alcides Bernal, Wilton Acosta, é que as informações que ajudaram a recolocar o cliente na prefeitura também sejam usadas para embasar a sentença final do caso, anulando definitivamente o decreto que cassou o mandato em março de 2014.
Tanto o advogado de Gilmar Olarte, Jail Azambuja, quanto o procurador jurídico da Câmara de Campo Grande, Fernando Pineis, foram procurados pela reportagem do Midiamax, mas não foram localizados para comentar o assunto.
Advogados ouvidos pela reportagem informaram que recursos para tentar tirar Bernal do cargo novamente podem ser apresentados tanto no Tribunal de Justiça quanto no STJ (Superior Tribunal de Justiça) mas até agora, não há informação sobre a entrada de algum tipo de medida.
REUNIÃO DE EMERGÊNCIA
Quatro vereadores e aliados do prefeito Alcides Bernal (PP) Estiveram reunidos na casa de Paulo Pedra (PDT) na noite desta quarta-feira (26), no Carandá Bosque, na Capital. Equipe de reportagem do Midiamax foi até o local, mas os presentes evitaram falar com a imprensa.
Além do anfitrião, cotado para ser o líder de Bernal na Câmara, e do prefeito reconduzido ao cargo, foram vistos os vereadores José Chadid (sem partido), Alex do PT e Luiza Ribeiro (PPS). Evander Vendramini (PP) e Odimar Marcon, secretário de meio ambiente e desenvolvimento urbano durante a gestão de Bernal também fazem parte da reunião.
Bernal, que vai assumir o posto novamente amanhã, mas já é considerado reconduzido ao cargo pela justiça, pretende anunciar seu secretariado ainda nesta quinta-feira (27). Sem citar possíveis nomes para formar seu secretariado, Bernal disse que uma definição já foi tomada: vai enxugar o número de secretarias para economizar. Hoje são 23 funções de primeiro escalão, entre secretários e presidentes de agências e institutos.
Em breve participação na Marcha para Jesus, o prefeito disse que seu critério para nomear os secretários será “técnico”. Sobre os comissionados, ele já avisou que vai exonerar todos. Hoje, disse que pretende fazer uma análise de quem de fato vai trabalhar para adotar essa medida.
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