Depois de cinco meses registrando quedas consecutivas, a inflação de Campo Grande voltou subir. O Índice de Preços ao Consumidor de Campo Grande (IPC/CG) de julho, divulgado mensalmente pelo Núcleo de Pesquisas Econômicas (NEPES) da Universidade Anhanguera-Uniderp, fechou o mês em 0,51%. Em junho, o índice foi de 0,31%.
Segundo o coordenador do Núcleo de Pesquisas Econômicas da Anhanguera-Uniderp, Celso Correia de Souza, a conduta da inflação registrada no mês passado revela um cenário preocupante na Capital. “O retorno da inflação ao centro da meta estabelecido pelo CMN, que é de 4,5%, só deverá ocorrer em meados de 2016, se as medidas tomadas pelas autoridades responsáveis forem bem-sucedidas, já que as taxas mensais de inflação do ano de 2014 foram muito baixas se comparada com as atuais. Podem-se citar como exemplos, a inflação do mês de julho do ano passado foi de 0,22%, a do mês de agosto 0,23%, a de setembro 0,25%, índices muito difíceis de serem alcançados neste ano em Campo Grande”, revela o pesquisador.
Em julho, a Capital foi beneficiada com uma redução significativa nos preços dos combustíveis, com promoções da gasolina e do etanol e uma redução do ICMS do diesel, que impactou em média -6,6% no preço, fazendo com que o grupo Transportes, com deflação de (-2,37%), com uma contribuição negativa de (-0,35%), propiciando uma menor taxa de inflação na capital. Outro grupo que registrou queda foi Educação, com -0,02%.
Por outro lado, no mês de julho aconteceu um reajuste na taxa de água/esgoto da capital, em média de 8,21%, fazendo com que o índice do grupo Habitação atingisse 1,26%, contribuindo com 0,41% para o índice de inflação.
Outros grupos pesquisados que registraram alta foram: Despesas Pessoais (2,67%), Alimentação (0,75%), Saúde (0,65%) e Vestuário (0,19%).
Inflação acumulada – A inflação acumulada nos últimos doze meses, em Campo Grande, é de 9,39%, muito acima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 6,5%. As maiores inflações no período, por grupo, foram: Alimentação com 12,08%, Habitação com 12%, Despesas Pessoais com 11,30% e Transportes com 9,69%. O grupo Vestuário está com deflação de -0,24%.
O professor Celso Correia compartilha que ainda há tendência de aumento da inflação acumulada. “O índice está se aproximando perigosamente de atingir os dois dígitos, ou seja, se tornar maior que 10%, que, certamente, terá uma grande repercussão negativa por parte da comunidade campo-grandense”, considera.
Ponderando os sete meses de 2015 a inflação acumulada já ultrapassou o teto da meta, chegando a de 7,24%. Destacam-se com as maiores inflações acumuladas os grupos: Habitação com 11,49%, Despesas Pessoais com 9,48% e Educação com 7,69%. No período o grupo Vestuário registra deflação acumulada de -0,96%.
Os dez mais e os dez menos do IPC/CG – Os responsáveis pelas maiores contribuições para a inflação do mês de julho foram: Taxa de água/esgoto (0,32%), pescado fresco (0,07%), acém (0,07%), papel higiênico (0,04%), leite pasteurizado (0,03%), blusa (0,03%), paleta (0,02%), aluguel apartamento (0,02%), aluguel de casa (0,02%) e batata (0,02%).
Já os dez itens que mais ajudaram a segurar a inflação nesse período com contribuições negativas foram: diesel (-0,18%), gasolina (-0,14%), etanol (-0,06%), vestido (-0,04%), alcatra (-0,03%), tomate (-0,02%), frango congelado (-0,02%), óleo de soja (-0,01%), maçã (-0,01%), milho para pipoca (-0,01%).
Segmentos
O grupo Habitação apresentou elevação de 1,26% em relação ao mês anterior. Alguns produtos/serviços deste grupo que sofreram majorações de preços foram: taxa de água/esgoto (8,21%), vela (3,78%), esponja de aço (3,17%), entre outros com menores aumentos. Quedas de preços neste grupo ocorreram com: limpa vidros (-2,69%), carvão (-2,37%), saponáceo (-1,99%), entre outros.
Já o índice de preços do grupo Alimentação apresentou alta de 0,75%. Os maiores aumentos que ocorreram em produtos desse grupo foram: pescado fresco (11,56%), limão (9,86%), cebola (9,62%), paleta (8,89%), entre outros. Quedas de preços ocorreram com tomate (-11,10%), repolho (-8,09%), abóbora (-7,80%), entre outros.
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