60 dias de greve obrigaram o prefeito a sair do esconderijo e dar a cara a tapa
Juliana Brum e Antônio Marques (adaptado)
Após quase 60 dias de greve, pela primeira vez o prefeito Gilmar Olarte (PP) recebe a comissão de professores junto com os vereadores em seu gabinete no fim desta manhã (5), para que seja negociado o reajuste de 13,1% dividido em até 10 vezes.
A sessão da Câmara terminou meia hora antes para que os vereadores pudessem participar desta negociação, resultado do pedido feito pelo presidente da Câmara, Mario César (PMDB) no começo desta manhã.
Estão presentes 10 professores e vereadores da base do prefeito. Os vereadores da oposição segundo Alex (PT) não foram para evitar qualquer confusão e não interferir nas negociações.
Estão presentes os vereadores: Carla Stephanine (PMDB), Eduardo Romero (PT do B), Mário César (PMDB), Paulo Siuf (PMDB), Wanderlei Cabeludo (PMDB), Betinho (PRB), João Rocha (PSDB).
A categoria espera que seja resolvida hoje a greve que perdura há exatos 56 dias.
Lebrando:
Para “comemorar” dois meses de greve, que compromete parcialmente o movimento de 35 das 94 escolas municipais, a ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) armou uma festa em frente à Prefeitura Municipal de Campo Grande. Os professores compraram dois bolos e adereços de festa para lembrar a dificuldade em fechar um acordo sobre o reajuste salarial, que seria de 13,01%.
A decoração foi feita em frente à prefeitura, com bexigas e um bolo decorativo preto, para simboliza o escândalo da Operação Lama Asfáltica. Os servidores vestiram chapéus de aniversário e cantaram “parabéns”, enquanto Geraldo cortava o bolo e distribuía.
O presidente da ACP, Geraldo Gonçalves, explicou que a festa é uma forma de protesto, contra a falta de diálogo com a prefeitura. Ela assegura que o prefeito possui dinheiro, por conta das 226 nomeações realizadas este mês. “Agora ficou provado que eles possuem dinheiro”, alegou.
Apesar de poucas pessoas comparecerem à festa, o presidente da ACP estimou 500 servidores na comemoração.
Os professores devem continuar na prefeitura, entregando panfletos e adesivando carros, até ás 16h30, depois irão para a sede do sindicato, para uma assembleia onde escolherão delegados para um congresso.
Os professores devem continuar na prefeitura, entregando panfletos e adesivando carros, até ás 16h30, depois irão para a sede do sindicato, para uma assembleia onde escolherão delegados para um congresso.
Conforme a assessoria de imprensa da prefeitura, a SEMED (Secretaria Municipal de Educação) informou que nenhuma escola está totalmente em greve. Das 94, somente 35 aderiram à paralisação parcial. Os números da ACP são contrários, afirmando que 50% das escolas estão paradas.
Eles cobram do prefeito Gilmar Olarte (PP) o cumprimento da Lei Municipal 5.411/2014, que estabelece o reajuste de 13,01% do piso salarial nacional para 20 horas semanais. Após uma pausa de 15 dias, os professores votaram, na última segunda-feira (27), a favor da continuidade da greve.
A ultima proposta da prefeitura rejeitada pelo sindicato, previa reajuste de 8,5% em 10 vezes e condicionava o aumento à redução no gasto com pessoal, foi rejeitada pela categoria. Geraldo alegou que a proposta do município piorou em relação a anterior, porque não prevê a retomada da negociação em outubro para o 4,5% restantes e ainda condiciona o reajuste ao gasto com a folha ficar abaixo do limite prudencial de 51,3% da receita, conforme prevê a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal).
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