terça-feira, 11 de agosto de 2015

Olarte será julgado quarta-feira por crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva


Gilmar Olarte que é réu em processo crime deverá ser julgado pelo des. Luiz Cláudio Bonassini da Silva. Sua defesa é feita por juiz federal aposentado por haver forjado atentado contra si mesmo em 2008.
Gilmar OlarteGilmar Olarte
Em processo que tramita na Seção Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, o prefeito Gilmar Olarte (PP por liminar), Ronan Edson Feitosa de Lima, seu braço direito em negócios particulares e públicos até a eclosão do escândalo das negociatas com agiotas, o secretário Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação (Seintrha), Valtemir Alves de Brito, o militar Luiz Márcio dos Santos Feliciano, Edmundo de Freitas Carrelo, Salem Pereira Vieira, Ito de Melo Andrade e Carlos Lima da Silva, serão julgados na quarta-feira (12).
Olarte foi acusado de crime de corrupção passiva seis vezes e lavagem de dinheiro a partir das investigações do Grupo de Apoio na Repressão ao Crime Organzado (Gaeco) que cumpriu mandatos de busca e apreensão em sua casa em abril de 2014, em investigação que havia se iniciado em 2013, ainda quando exercia o cargo de vice-prefeito. Olarte sempre afirmou que não era investigado, mas apenas colaborador nas investigações.
O MPE já havia pedido, em 23 de janeiro de 2015, o fim do segredo de justiça para evitar especulações a cerca do caso e a divulgação de “delitos inexistentes e situações não confirmadas pelas investigações”. Agora, o processo tramitará no TJMS, em razão da condição de Gilmar Olarte estar na condição de prefeito, sob a relatoria do des. Luiz Claudio Bonassini da Silva e a competência para julgamento da Sessão Criminal daquele Tribunal, composta pelos desembargadores Romero Osme Dias Lopes, Carlos Eduardo Contar, Dorival Moreira dos Santos, Manoel Mendes Carli, Luiz Gonzaga Marques, e do relator. Ruy Celso Barbosa Florence, Francisco Gerardo de Souza, Maria Isabel de Matos Rocha não participarão do julgamento por se declararem impedidos.

    No dia 8 de maio o desembargador Luiz Claudio Bonassini respondeu ao MS Notícias que: "falta apenas findar prazo legal para que a defesa de um dos réus se manifeste para que a denúncia entre em pauta de votação da Seção Criminal" e ainda que "depois desse prazo encerrado, com ou sem apresentação de defesa", o desembargador irá proferir seu voto e caberá à Seção Criminal, ciente do voto do relator, decidir se acata ou não a denúncia. Chegou a hora.
    Quem defende Olarte
    O defensor de Olarte, Jail Benites de Azambuja, foi punido por induzir funcionário de sua confiança a praticar atentado a tiros contra outro juiz federal e seus familiares. A conduta foi entendida como incompatível com a dignidade, a honra e o decoro de suas funções, e ele foi aposentado compulsoriamente pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), e teve a sentença confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça em setembro de 2014.
    Entenda o caso (Gazeta do Povo – Noroeste do Paraná)

    28/02/2008 – O juiz Jail Benites de Azambuja, da 2ª Vara da Justiça Federal, em Umuarama, noroeste do estado, sofre um atentado. Os disparos de pistola contra a casa de Azambuja atingem um carro da Justiça Federal. Ninguém fica ferido.
    4 de março – 44 policiais e três políticos da região noroeste do estado são presos por suspeita de participação num esquema de contrabando de cigarros e produtos eletrônicos vindos do Paraguai. Azambuja participa das investigações e expede os mandados. A expectativa era que as prisões ajudassem a elucidar o caso de atentado contra o juiz federal.
    11 de março – Os suspeitos começam a ser soltos por falta de provas.
    24 de abril – O comandante da 2ª Companhia da Polícia Militar, em Umuarama, capitão Darany Luiz Alves de Oliveira, é preso sob acusação de coagir testemunhas nos inquéritos que investigam o atentado contra o juiz federal Jail Benites de Azambuja.
    19 de setembro – O juiz federal em Umuarama, Luiz Carlos Canalli, também sofre um atentado. Diferentemente de Azambuja, Canalli não atuava em processos contra integrantes do crime organizado. Canalli, entretanto, era o diretor do Fórum Federal de Umuarama.
    27 de setembro – Azambuja é preso sob a suspeita de ter forjado o atentado contra si mesmo e de estar envolvido com os tiros disparados contra a casa de Canalli. No mesmo dia, o motorista e jardineiro de Azambuja, Adriano Vieira, é preso. Vieira confessa ser o autor dos tiros contra Canalli, mas nega que tenha agido a mando de Azambuja. Canalli não se pronuncia.
    1º de outubro – O juiz Azambuja depõe no Cope, em Curitiba, e é solto.
    2009
    No início de setembro deste ano, uma ação penal contra três policiais militares começou a tramitar na comarca de Campo Mourão. Eles são acusados de denunciação caluniosa e conluio para tentar incriminar cerca de 50 pessoas, a maioria policiais militares e civis, que acabaram presos no dia 4 de março do ano passado, cinco dias após o suposto atentado ocorrido na casa do juiz federal afastado, Jail Benitez de Azambuja. As prisões confirmadas na Operação Força Unida da PF tentaria desviar as atenções do atentado. O MPF requer a perda definitiva dos cargos públicos ocupados pelos policiais.

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