Candidatos receberam valor milionário para disputar eleição
As empreiteiras investigadas na operação Lava Jato, da Polícia Federal, foram as que mais doaram para as campanhas petistas em Mato Grosso do Sul. A verba chegou via senador Delcídio do Amaral (PT), liderança regional da sigla e, em 2014, candidato ao Governo do Estado. Ao todo, foram R$ 8 milhões recebidos, destes, R$ 3,5 milhões foram repassados para outros políticos regionais, também em época de campanha.
Os recursos vieram das Empresas Andrade Gutierrez, Construtora Triunfo, Banco BTG Bactual, Engevix e JBS.
Via Delcídio, outros candidatos do PT receberam cerca de R$ 3,5 milhões em 2014 das empresas denunciadas por envolvimento na Operação Lava Jato.
Conforme prestação de contas divulgadas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o agora deputado federal Zeca do PT recebeu R$ 115 mil da Andrade Gutierrez, R$ 100 mil da Triunfo, 250 mil da Pactual e R$ 125 mil da Engevix, totalizando R$ 590 mil.
Outro deputado federal, Vander Loubet, investigado na Lava Jato recebeu cerca de R$ 750 mil. R$ 175 mil da Engevix, R$ 350 mil da Andrade Gutierrez, R$ 250 mil do Banco Pactual e R$ 250 mil da Triunfo. Os valores foram repassados através da campanha de Delcídio do Amaral e do comitê de campanha da presidente Dilma Rousseff.
O presidente do diretório regional do PT e ex-deputado federal, Antônio Carlos Biffi, que ficou com a primeira suplência da coligação recebeu R$ 625 mil da UTC, Andrade Gutierrez e Pactual.
Os quatro parlamentares da bancada do PT na Assembleia Legislativa, deputados estaduais Amarildo Cruz, João Grandão, cabo Almi e Pedro Kemp, também receberam repasses das doações recebidas pela campanha de Delcídio do Amaral, das empresas citada pela PF na Operação Lava Jato. A Andrade Gutierrez doou R$ 150 mil e a Engevix R$ 50 mil para cada um dos parlamentares. A Triunfo doou R$ 250 mil para o deputado Cabo Almi, R$ 165 mil para o deputado Pedro Kemp e R$ 85 mil para o deputado Amarildo Cruz.
A Operação
Foi denominada Operação Lava Jato diversos inquéritos, ações penais e processos incidentes relacionados. Conforme a denuncia, Grandes empreiteiras do Brasil, especificamente a OAS, Odebrecht, UTC, Camargo Correa, Techint, Andrade Gutierrez, Mendes Júnior, Promon, MPE, Skanska, Queiroz Galvão, IESA, Engevix, SETAL, GDK e Galvão Engenharia, teriam formado um cartel, através do qual, por ajuste prévio, teriam sistematicamente frustrado as licitações da Petrobras para a contratação de grandes obras, e pagariam sistematicamente propinas a dirigentes da empresa estatal calculadas em percentual sobre o contrato.
O ajuste prévio entre as empreiteiras eliminava a concorrência real das licitações e permitia que elas impussessem o seu preço na contratação, observados apenas os limites máximos admitidos pela Petrobrás (de 20% sobre a estimativa de preço da estatal).
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