quinta-feira, 24 de março de 2016

Novas provas motivaram investigação do MPE sobre 'tapa-buraco'

Justiça bloqueou R$ 315 milhões de investigados

A investigação do MPE (Ministério Público Estadual) que resultou no bloqueio de R$ 315 milhões em bens do ex-prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho (PTB) e de mais 20 pessoas, entre secretários e ex-secretários, só foi possível depois que, diante de denúncia divulgada no ano passado pelo Jornal Midiamax -com vídeos mostrando irregularidades no serviço - 'choveram' novas reclamações e informações vindas de dentro da prefeitura explicando como era feito o suposto direcionamento de licitações. Essa é a explicação do MPE, segundo apurou a reportagem, para retomar as apurações, que já haviam sido alvos de procedimentos, que acabaram arquivados.
Em resumo, conforme foi apurado, o fato de terem havido investigações sem resultados não isenta as autoridades pois surgiram novas provas. Conforme as informações obtidas, algumas da denúncias traziam informações bastante precisas, indicando que foram realizadas por algum servidor da própria prefeitura, e ajudaram no trabalho do MPE.
Além disso, a Operação Lama Asfáltica, sobre irregularidades em contratações do Governo do Estado principalmente em obras de rodovias, também jogou luz sobre o suposto esquema. A partir dela, foram ouvidos vários servidores, dentre eles os principais responsáveis pelas licitações e pela fiscalização do serviço, os quais revelaram a existência de irregularidades.
O MPE, conforme relevado à reportagem, também se valeu de informações da CGU (Controladoria-Geral da União) e do TCE (Tribunal de Contas do Estado), indicando a existência de vícios em licitações e na execução do serviço.
O processo
As investigações sobre suspeita de corrupção no serviço de manutenção das vias públicas de Campo Grande levaram a justiça a decretar a indisponibilidade de R$ 315 milhões em bens de 21 investigados. Estão na lista o ex-prefeito de Campo Grande Nelson Trad Filho, os ex-secretários de Obras, João Antônio de Marco, Semy Ferraz e Valtemir Alves de Brito, além de servidores e empreiteiros.
Segundo o despacho do juiz Marcelo Ivo de Oliveira, estão com bens indisponíveis Sylvio Cesco, João Paron Maria, Bertholdo Figueiró Filho, Elisas Lino da Silva, Fátima Rosa Moral, Ivane Vanzella, Vera Lúcia Ferreira Vargas, Selco Engenharia, Uilson Simioli, Denis Simioli, Gerson Nina Prado, Abimael Lossavero, Caio Trindade, Luziano Neto, Asimix Ltda, Paulo Roberto Álvares e Michel Issa Filho.

A determinação atende a solicitação feita pela força-tarefa criada pelo Ministério Público Estadual após estourar a Operação Lama Asfáltica, realizada pela Polícia Federal em conjunto com a CGU (Controladoria-Geral da União) e o MPF (Ministério Público Federal). 
Segundo os promotores de Justiça, aconteceram irregularidades na contratação de pequeno grupo de empresas, danos que custaram aos cofres públicos mais de 372 milhões até janeiro de 2015. Somente a Selco abocanhou R$ 28,7 milhões até junho do ano passado, todos devido a obras do tapa-buracos feitos em Campo Grande. A Selco é a empresa responsável pelo famoso “tapa-buraco” fantasma”, registrado em vídeo divulgado pelo  em janeiro do ano passado.

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