Evander Vendramini recebeu doações da empreiteira Treviso Empreendimentos Ltda., por intermédio do senador Delcídio do Amaral, no valor de R$ 100 mil
Na onda das manifestações que ocorrem em todo o país, o ex-candidato ao Governo do Estado e vereador por Corumbá, Evander Vendramini, do PP, foi um dos parlamentares que comentaram a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro-chefe da Casa Civil.
Pelas redes sociais, o braço direito do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) chamou o governo petista, liderado pela presidente Dilma Rousseff, de 'fascista de esquerda' e pediu 'cadeias' aos envolvidos.
No Facebook, Evander disparou: "Essa Presidente de m*rd* fraudando nomeação do Lula ministro antes de nomear e graças a Deus grampeada pela PF, põe fim nesse governo socialista fascista de esquerda!!!! Cadeia a esses bandidos"!!!! [sic]
No entanto, o parlamentar da Cidade da Branca se esquece que, em 2012, quando se candidatou a vereador por Corumbá, teve o apoio incondicional de um petista - do próprio senador Delcídio do Amaral (ex-PT) - hoje principal delator da Operação Lava Jato.
Naquele ano, Evander recebeu da empresa Treviso Empreendimentos Ltda., a quantia de R$ 100 mil para financiar a sua campanha. A companhia está na lista de empreiteiras investigadas pela Lava Jato por supostos desvios de dinheiro e pagamento de propinas a políticos e agentes públicos.
Em entrevista ao TopMídiaNews, em janeiro deste ano, o parlamentar explicou: "Não tenho nada a esconder. Eu recebi R$ 100 mil desta empresa, está na minha prestação de contas, foram dois pagamentos no valor de R$ 50 mil. Na época, eu era pré-candidato a prefeitura de Corumbá, nós apoiávamos o PT. No entanto, após uma conversa com o senador, ele me pediu para que abrisse mão e apoiasse o atual prefeito Paulo Duarte (PT). Como promessa, ele me ajudaria na minha campanha a vereador pelo município".
Evander ainda afirmou: "Um dia recebi a ligação da secretária dele [Delcídio] pedindo uma conta e passei a ela. Daí vieram os depósitos. Mas jamais imaginei que a empresa não fosse idônea. Na época, nós não sabíamos desses problemas. Mas eu não tenho nada a esconder, tanto que está lá na minha prestação de contas e todo mundo sabe que eu recebi", finalizou.
Apesar do vereador ter comentado que recebeu R$ 100 mil da empresa, apenas R$ 50 mil constam na prestação de contas de Evander Vendramini. "O importante é que a minha prestação de contas foi toda aprovada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE)", finalizou.
Comentário em sua página pessoal no Facebook.
Família
O prefeito Alcides Bernal, do PP, deu 'uma forcinha' para o amigo e colega da partido, nomeando o sobrinho de Vendramini para compor os quadros da prefeitura de Campo Grande. Douglas Aredes Vendramini Duran, 23 anos, teve a nomeação publicada no Diário Oficial do Município.
De acordo com a publicação, Douglas Duran como é conhecido, foi nomeado para exercer o cargo em comissão de Assessor-Técnico III, símbolo DCA-6, na Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo, de Ciência e Tecnologia e Agronegócio), em conformidade com o Decreto n. 12.751, de 23 de novembro de 2015. A data é retroativa ao dia 2 de dezembro de 2015.
Em rápida pesquisa feita ao Portal da Transparência da prefeitura, o valor pago ao jovem, chega a quase R$ 3 mil por mês. Conforme a tabela da prefeitura para servidores comissionados com a função de assessoramento, com símbolo DCA-6, o valor é de R$ 1.623,23, com mais 80% de gratificação, o valor salta para R$ 2.921,81 por mês.
Além dele, o irmão do vereador e pai de Douglas, também está lotado na prefeitura da Capital. Segundo o TCU (Tribunal de Contas da União), Pedro Aloísio Vendramini Duran, está na lista de candidatos 'ficha-suja', com contas julgadas irregulares, em 30 de dezembro de 2014. O período apurado pelo órgão foi de 5 de outubro de 2006 a 5 outubro de 2014, na unidade responsável da Secex-MS (Secretaria de Controle Externo no Estado do Mato Grosso do Sul).
Mesmo diante do fato, com a volta do prefeito Alcides Bernal, do PP, o mesmo possui cargo, por meio de nomeação, em comissão de Diretor da Diretoria de Administração e Finanças, com símbolo DCA-3, na Emha (Agência Municipal de Habitação de Campo Grande), com valor de R$ 3.189,03. A remuneração possui gratificação de até 80%, embora para o cargo, a tabela da prefeitura prevê 100% de gratificação.
Em outubro de 2015, ele recebeu R$ 5.740,25, conforme relatório disponível no Portal da Transparência. Ele foi admitido através do decreto 'PE' n.2.884, de 30 de setembro de 2015, assinado pelo prefeito e pelo secretário municipal de Administração, Ricardo Ballock. Pedro já integrava o quadro da prefeitura em 2013, mas foi demitido por Gilmar Olarte (PP por liminar) e depois, reconduzido ao cargo por Bernal.
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