Famílias denunciam descaso e demora no atendimento; instituição afirma que leitos estão reservados para pacientes do PAM
O caos que vive a saúde pública já não é mais novidade para a população, que sofre ao se deparar com a falta de vagas em grandes hospitais da Capital. Mas o que chama a atenção no HR (Hospital Regional) é que existem quartos no sétimo andar, com camas vazias e, ao que tudo indica, essa seria a vaga que tantas famílias aguardam.
Um acompanhante de idoso, que preferiu não se identificar, afirmou ao TopMídiaNews que a cama vaga no quarto onde a mãe está internada foi liberada ontem (8) e, até o momento, ninguém foi encaminhado para ocupar o local que está vazio desde que o paciente se recuperou.
"Estamos há alguns dias aqui e ontem o paciente que estava aí liberou a cama, mas até agora ninguém ocupou a vaga. Se tem gente na fila de espera, a vaga deveria ser ocupada depois que as enfermeiras fizeram a limpeza da cama e do quarto, mas até agora ninguém ocupou", diz a acompanhante.
A maioria dos quartos está lotada, mas ao percorrer o corredor é possível encontrar mais uma cama vazia, que poderia 'tirar outra família do sufoco'. Uma mulher que acompanha a sogra em um dos quartos, que também preferiu não se identificar por medo de represálias, destacou que o hospital demora para disponibilizar a vaga e ressalta que esse tempo pode 'custar uma vida'.
"Entendemos que são poucos funcionários para muitas pessoas, mas infelizmente esse tempo que eles levam para disponibilizar a vaga para outra paciente, pode acabar custando a vida de alguém que está em um UPA e não recebe os atendimentos necessários", diz a nora.
Além de relatar a grande espera para ocupar vagas livres, a acompanhante destacou que os médicos que atuam no sétimo andar demoram para passar e verificar a situação dos pacientes. "Outra coisa que temos que expor aqui é a demora dos médicos para vim ver o paciente. Ontem, o médico veio ver como estava minha sogra já era 11 horas. Hoje mesmo, o médico nem apareceu ainda".
Diante das reclamações, a ouvidora adjunta do hospital, Luzia Zaneti explicou que, antes de serem encaminhados para o sétimo andar, os pacientes que sofreram AVC (Acidente Vascular Cerebral) devem passar pela avaliação do PAM (Pronto Atendimento Médico), que faz o diagnóstico e verifica se existe necessidade de fazer a internação.
Ao tomar conhecimento de que duas camas estavam vazias, Luzia afirmou que o PAM estaria providenciando a internação de pacientes que aguardam vaga já no hospital. No caso do idoso Otalívio Gonçalves Pereira, que sofreu um AVC, menos de um dia após ser liberado da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Guanandi e aguarda vaga em um hospital, conforme Luzia, a vaga seria para o PAM, que possui diversos pacientes internados.
Sobre a reclamação da demora dos médicos para avaliar diariamente os pacientes, Luzia afirma que nenhum médico tem horário para visitar o paciente e realiza a visita de acordo com o quadro clínico de cada um. "Os médicos passam de acordo com o quadro clínico. Temos aqui os residentes que circulam pelos corredores e fazem a avaliação dos pacientes e, se for o caso, eles ligam para o médico e explicam que o paciente está em situação emergencial".
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