quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Balanço de Bernal diz que valores pagos a gratificações subiram até 443%


Waldemar Gonçalves e Wendell Reis
  • Bernal foi à Câmara mostrar números sobre situação financeira da Prefeitura (Cleber Gellio)
  • Aumentos nos valores pagos por gratificações, abonos e vantagens seria um dos principais causadores da crise financeira na Prefeitura de Campo Grande. Pelo menos é o que diz o prefeito, Alcides Bernal (PP), que levou parte da equipe para apresentar números do Executivo aos vereadores, na manhã desta quarta-feira (16).
    Conforme os dados apresentados, há casos em que o custo de gratificações cresceu 443% de 2013 para cá. Na visão da equipe de Bernal, o aumento ocorreu principalmente durante a gestão de Gilmar Olarte (PP), ou seja, entre março de 2014 e agosto deste ano.
    Em 2013, de acordo com o balanço mostrado aos vereadores, a Prefeitura pagou R$ 3 milhões referentes à gratificação enquadrada como ‘plano de trabalho’. No ano seguinte, os valores pagos foram a R$ 8,39 milhões, chegando a R$ 11,2 milhões até agosto de 2015.
    Na gratificação por representação, o custo subiu de R$ 11,5 milhões, ao longo de 2013, para R$ 24 milhões no ano seguinte e, até agosto último, somou R$ 14,7 milhões, variação de 91%. Com cargos em comissão, o custo médio subiu de R$ 1,1 milhão para R$ 2,5 milhões mensais no período mostrado nos gráficos da equipe de Bernal.
    Atualmente, a folha de pagamentos compromete mais de 53% da receita corrente líquida da Prefeitura. O percentual fere o limite prudencial e está perto da máxima permitida pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), a qual também prevê sanções à gestão que descumpri-la.
    Também de acordo com os dados oficiais, a folha de agosto do funcionalismo municipal está na casa dos R$ 90 milhões. A Prefeitura está pagando os servidores por limites lineares, por alegar não ter dinheiro para quitar os salários em parcela única.
    Ao fim da reunião, no plenário da Câmara Municipal, Bernal prometeu cortar despesas reduzindo o número de cargos comissionados, “acabar com privilégios e o apadrinhamento absurdo que existia”. Falou também que a prioridade é manter os serviços essenciais, “não apoiar coisas erradas e mostrar soluções para os problemas”.

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