quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Gaeco quer quebrar sigilo bancário de vereadores que cassaram Bernal

Paulo Yafusso

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Coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Marcos Alex de Oliveira, prepara devassa nas contas de vereadores (Foto: Fernando Antunes)Coordenador do Gaeco, promotor de Justiça Marcos Alex de Oliveira, prepara devassa nas contas de vereadores (Foto: Fernando Antunes)
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) vai pedir a quebra do sigilo bancário dos vereadores que estavam atuando na época em que o prefeito Alcides Bernal (PP) foi cassado. Os dados fornecidos pelas instituições financeiras serão confrontados com documentos fornecidos por outros órgãos, como a Câmara Municipal, que ontem recebeu ofício solicitando os dados de todos os pagamentos feitos aos vereadores de junho de 2013 a dezembro de 2014.

O pedido é para que sejam encaminhados os dados de todos os 29 vereadores que participaram da sessão de cassação de Bernal e também daqueles que exerceram mandato nesse período e que agora estão em outras funções. Situação em que se enquadram o agora deputado federal Zeca do PT, a vice-governadora Rose Modesto, a eleita deputada estadual Graziele Machado (PR) e a ex-presidente da Fundac (Fundação Municipal de Cultura), Juliana Zorzo. Além de Alceu Bueno, sem partido, que renunciou ao mandato depois de ser denunciado pelo envolvimento em esquema de prostituição de adolescente.
O Gaeco decidiu adotar essa providência depois de analisar os depoimentos colhidos desde o último dia 25, quando foi deflagrada a Operação Coffee Break, que investiga esquema para afastar o progressista da Prefeitura da Capital.
A quebra do sigilo bancário e as informações sobre os pagamentos feitos aos vereadores pela Câmara Municipal vai servir para verificar se houve compra de voto dos vereadores para a aprovação da cassação. Mas está sendo apurado também a obtenção de vantagens, como cargos na administração do prefeito que assumiu, Gilmar Olarte (PP).
As investigações do Coffee Break tiveram como origem as informações levantadas em interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal com autorização da Justiça Federal, na Operação Lama Asfáltica, que apura desvio de recursos federais mediante fraudes em licitações e corrupção de servidores estaduais.
Em várias escutas, os alvos da Lama Asfáltica conversam e até fazem o “placar” da votação. Foi o que aconteceu numa ligação em que o empresário Fábio Portela Machinsky, o Fabão, conversa com João Baird, dono da Itel Informática. Ele faz as contas de que 22 vereadores irão votar pela cassação e fala que o “Goiano”, que seria Gilmar Olarte, garantiu que conseguiu o voto de Gilmar da Cruz. Fabão fala ainda que o “japonês”, que seria o vereador Edson Shimabukuro (PTB) pediu 60 cargos na Agetran mas que saíram apenas 3 nomeações.

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