quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Mario Cesar confessa ao Gaeco que João Amorim manda no lixo da Capital

A Polícia Federal já tinha apontado que o empresário seria sócio indireto da empresa e o ato foi confirmado pelo presidente afastado da Câmara Municipal

O presidente afastado da Câmara Municipal, Mario Cesar, do PMDB, confirmou em depoimento prestado ao promotor Marcos Alex Vera de Oliveira, coordenador do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que o empresário João Amorim, principal investigado na Lama Asfáltica, manda na empresa responsável por recolher o lixo urbano da Capital, a concessionária CG Solurb.

A informação consta em depoimento do Procedimento Investigatório Criminal n. 18/2015, durante o mandato de condução coercitiva realizado no dia 25 de agosto de 2015, na Operação Coffee Break. O documento foi obtido com exclusividade pelo Top Mídia News.

Durante o depoimento, o presidente afastado afirmou ao promotor que o empresário estaria insatisfeito com a administração de Alcides Bernal, justamente por não estar recebendo pelos serviços prestados a Capital, referindo-se a concessionária CG Solurb. E que em fevereiro de 2014, João Amorim teria pedido ao presidente da Casa de Leis para que 'interferisse' e 'conversasse' com o atual prefeito com a finalidade que pudesse auxiliar na liberação dos pagamentos atrasados. Veja o que consta no Termo de Declaração assinado pelo presidente: 'JOÃO AMORIM pediu a interferência do declarante para receber valores a que tinha direito pela prestação de serviços relacionados a coleta de lixo'.

Mario Cesar revelou ao promotor que chegou a procurar Alcides Bernal para tentar ajudar o 'amigo', mas o 'tal encontro' não surtiu efeito e o prefeito não pagou a dívida com o empresário. O presidente garantiu ao promotor que, em nenhum momento do encontro, o atual prefeito solicitou o recebimento de propina para a liberação de pagamentos a Amorim.

O presidente afastado ainda esclareceu ao promotor sobre alguns termos em que foi flagrado durante escutas telefônicas realizadas pela Polícia Federal conversando com o empresário sobre a questão. Os termos utilizados na conversa entre o presidente afastado e João Amorim foi "a cada flash uma notícia", " a casa parada um suco, uma melancia". Mario Cesar disse que eram 'metáforas' para explicar a João Amorim que ele não iria receber da prefeitura.


Ainda no depoimento realizado por Mario Cesar ao Gaeco, o presidente negou que outros diálogos obtidos por meio das interceptações pela Polícia Federal  teria  ligações com a votação da Comissão Processante que foi aberta em 2014, e no dia 13 de março, acabou cassando o atual prefeito que se manteve 1 ano e cinco meses longe da prefeitura, tendo o vice, agora prefeito afastado pela Justiça, Gilmar Olarte (PP por liminar), como administrador da cidade. 

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