sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Dólar turismo chega a R$ 4,40 nas casas de câmbio

Moeda norte-americana opera em alta nesta sexta.

Veja dicas para quem vai viajar e precisa comprar dólares.

Do G1, em São Paulo
Após ter alcançado R$ 3,92 na manhã desta sexta-feira (18), o dólar continua em trajetória de alta, pressionado por preocupações com a economia do Brasil e após o Banco Central dos Estados Unidos ter mantidos as taxas de juros perto de zero na véspera.
Essa forte valorização do dólar comercial reflete na cotação nas casas de câmbio, que vendem o dólar turismo, valor que é sempre maior que o divulgado no câmbio comercial.

G1 pesquisou o preço para o valor do dólar em quatro casas de câmbio na tarde desta sexta.
A cotação chega a R$ 4,40 no cartão pré-pago (já inclusos os 6,38% de IOF) na Confidence Câmbio. Em espécie, a moeda sai por R$ 4,17 na casa de câmbio. Na RMP Câmbio, em São Paulo, o valor para cada dólar em espécie era de R$ 4,14 e no cartão pré-pago, de R$ 4,39 já com o IOF incluso. Na Vips Turismo, os valores eram de R$ 4,10 e R$ 4,34, respectivamente, e na Cotação, de R$ 4,16 mais IOF e R$ 4,12, mais IOF.

Veja abaixo perguntas e respostas com dicas para quem está com viagem marcada e precisa comprar dólares:
Por que o dólar de turismo é mais caro? (Foto: G1)
O dólar de turismo, também usado por consumidores para comprar algo no exterior ou mesmo quando importam produtos de outros países, é mais caro que o dólar comercial – usado pelas empresas e bancos para as outras transações realizadas no mercado de câmbio, como exportação, importação e transferências financeiras.

O preço pago pelo dólar leva em consideração os custos administrativos e financeiros. Segundo o Banco Central, a taxa de câmbio pode variar de acordo com a natureza da operação, da forma de entrega da moeda estrangeira e de outros componentes tais como valor da operação, cliente, prazo de liquidação etc. Como os consumidores compram volumes menores que as empresas e outros bancos, esses custos tendem a ser maiores.

Minha viagem está chegando e ainda não comprei nenhum dólar. Espero baixar? (Foto: G1)
A dica do professor de finanças Alexandre Cabral é não esperar, e sim fazer um “preço médio” dessa compra.

“A dica nesse momento de crise é ‘parcelar’. Por exemplo: se a pessoa vai viajar em janeiro, até lá temos 5 meses. Vamos supor que nesses 5 meses ela receba 4 salários. Então, divida a possível compra em 4. Se precisa de US$ 10 mil em janeiro, compre US$ 2,5 mil a cada salário recebido.”

Segundo o professor, adiar a compra esperando quedas diárias pode ser arriscado, “porque nada impede que hoje seja a mínima dos próximos dias”.

Devo comprar sempre na mesma corretora ou casa de câmbio? (Foto: G1)
Não necessariamente. Cabral aponta que, em momentos de “mercado nervoso” como vem acontecendo nos últimos dias, a diferença de preços entre uma corretora e outra costuma ser maior. Então, ele explica que vale a pena fazer uma pesquisa de preço antes de cada compra de moeda.
 

Qual escolher: dinheiro em espécie ou cartão pré-pago? (Foto: G1)
A vantagem do cartão pré-pago é que o turista não precisa carregar muito dinheiro vivo. “Ele facilita sua vida”, diz Cabral. Porém, com o IOF, o preço de cada dólar depositado no cartão sobe em relação ao dinheiro em espécie.

Se for para fugir de grandes diferenças de preço, o professor aponta que levar dinheiro vivo pode ser mais vantajoso, especialmente em casos de viagens mais curtas. “Se puder levar espécie, com essa diferença de preço, leve. Se é uma viagem de férias de dez dias, não tem problema nenhum (levar em espécie). Agora, se vai ficar um mês ou dois, é outra história.”

Usar o cartão de crédito internacional em viagens é uma boa opção? (Foto: G1)
O consumidor que compra em dólar com cartão de crédito fica sujeito à cotação do dólar no dia do pagamento da fatura, e não no momento da compra. O valor da fatura é emitido de acordo com o câmbio no dia do seu fechamento. Se o cliente faz o pagamento em uma data diferente, ainda dentro do prazo de vencimento, está sujeito ao preço do dólar naquele dia.

Por isso, Cabral alerta que “o cartão de crédito é a opção mais perigosa de todas”, e deve ser usado somente se a situação for uma “emergência”. “Você vai viajar em janeiro e pagar com o dólar de fevereiro. É aquela história: você prefere morar com a sogra ou viajar para os EUA agora e comprar com o dólar de outubro?”, brinca o professor.

Ele acrescenta que o controle de gastos também pode ficar mais frágil com o cartão. “A pessoa fica cega, vai comprando algo de US$ 10 aqui, de US$ 20 ali e, quando vai ver está com uma dívida monstruosa.”

Fiz compras com o cartão de crédito em dólar (Foto: G1)
Cabral não recomenda que o consumidor faça isso. “Não parcele. Se parcelar, além de ter a emoção do dólar, tem o custo do cartão. A dívida vai ficar absurdamente cara”, alerta.



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