terça-feira, 22 de setembro de 2015

Vereadores se enrolam e caem na contradição lembrando reuniões para cassar Bernal

Chocolate diz que nunca esteve presente, mas Cabeludo garante que sim

As afirmações do vereador Airton Saraiva (DEM), durante depoimento na Operação Coffee Break do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), sobre reuniões que foram realizadas em sua residência e na casa do vereador Vanderlei Cabeludo (PMDB), para discutir a possível cassação de Alcides Bernal (PP), com outros vereadores em 2014, deixou alguns parlamentares "intrigados". Alguns negaram a existência de um acordo que levou a cassação do pepista, mas confirmaram os encontros na época.

O vereador Chocolate (PP por liminar), que segundo Airton dialogou até mesmo com o ex-governador André Puccinelli (PMDB) sobre migrar de partido caso votasse a favor da cassação, nega que tenha participado dos diálogos na casa de Saraiva e Cabeludo, mas confirma que dialogou com Puccinelli sobre trocar de partido porque temia ser expulso da sigla.

"Eu não estive na casa dele e nem do Vanderlei para discutir isso. Se essas reuniões aconteciam, eu não participava. Eu nunca estive na casa de nenhum deles para tratar deste assunto. A única coisa que foi conversada  por mim na governadoria foi que caso houvesse expulsão, o governador poderia ver algum partido para mim, mas eu não recebi nenhuma proposta para votar a favor da cassação, tanto que estou no PP até hoje por liminar", diz Chocolate.

Chocolate nega que tenha recebido proposta para se juntar aos peemedebistas em uma "batalha" contra a gestão de Bernal e garante que diálogos sobre cassação foram realizados normalmente a partir do momento em que a população começou a "sofrer" com a gestão de Bernal. O vereador negou que tenha participado de reuniões fora da Câmara Municipal, porém, o peemedebista Vanderlei Cabeludo disse que Chocolate esteve uma vez em sua residência.

"Na minha casa ele foi uma vez e eu já convidei ele sim para vim para o nosso partido, mas não falamos em troca de nada. Convidei ele informalmente como convido outros vereadores que desejam mudar de partido e não em troca do voto favorável a cassação", diz Cabeludo.

De acordo com Vanderlei, as reuniões eram realizadas para tratar de assuntos voltados para a Capital e como a demanda de reclamações  sobre Bernal aumentava, eles citavam uma possível cassação.

"As reuniões que foram realizadas na minha casa não foram sobre cassação do Bernal. Fizemos reuniões do município na época que Bernal estava muito ruim, falávamos que tinha uma pressão muito grande em cima da Capital porque a população pedia. Discutíamos sobre o sofrimento de Campo grande, mas não falávamos pontualmente sobre isso não. Acabávamos comentando porque isso era muito discutido na cidade", diz o vereador.

O Gaeco já ouviu aproximadamente 20 pessoas entre empresários, vereadores e até o ex-governador André Puccinelli e investiga um possível "esquema" que levou a cassação de Bernal, que foi reconduzido ao cargo sob liminar no dia 27 de agosto.

Novos depoimentos devem acontecer nos próximos dias e estão sendo analisadas  trocas de mensagens nos celulares de Gilmar Olarte (PP por liminar), Mario Cesar (PMDB), Edil Albuquerque (PMDB), Paulo Siufi (PMDB), Saraiva, Jamal (PR), Edson Shimabukuro (PTB), Gilmar da Cruz (PRB), Chocolate (PP), Alceu Bueno, João Amorim, João Baird, Fábio Portela, Flávio César (PTdoB), Eduardo Romero (PTdoB) e Otávio Trad (PTdoB).

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