A situação fica cada dia mais crítica, com trabalhadores grevistas passando necessidades
O lixo espalhado pelas ruas de Campo Grande já é mais do que visível, mas o que nem todo mundo sabe é como está a situação dos mil funcionários da empresa CG Solurb, concessionária responsável pelo serviço de coleta de lixo e varrição. Em meio ao impasse entre Prefeitura Municipal e a empresa, os funcionários pedem solidariedade das pessoas. Para eles, é a Solurb que tem a responsabilidade pelo pagamento.
“A população poderia nos ajudar, estamos passando necessidades. Gari não pode ficar sem pagamento. Minha família depende de mim. É o meu salário que sustenta a casa”, desabafou o funcionário Edmundo Gaúna, 46 anos, ao retornar da empresa para sua residência no Santo Amaro, onde vive com a esposa e dois filhos de 6 e 15 anos de idade.
“A gente bate o ponto, faz uma reunião e volta pra casa. Essa situação é muito triste. Contando com o feriado, já faz quinze dias que estamos praticamente sem trabalhar”. Na opinião de Edmundo, seu compromisso é com a Solurb. “A empresa é quem tinha que fazer o nosso pagamento e a sociedade nos defender. Trabalho como gari há 5 anos e nunca tinha acontecido isso”.
Já o rastelador Hilário Martines, 58, contou que não tinha queixas sobre a empresa em que trabalha há 90 dias. “Era do ramo da construção civil, mas com a crise, comecei a trabalhar lá. Estava satisfeito, não tinha queixas do serviço e o salário era bom, R$ 780,00 na carteira, R$ 148,00 do risco e R$ 373,00 de benefícios”.
Hilário destaca que eles foram “obrigados” a cruzarem os braços e pararem com o serviço de limpeza e coleta de lixo para que tenham o direito do salário garantido. “Tenho esperança que tudo se resolva logo e que a população nos entenda. Não podemos ficar sem dinheiro, já estamos apertados, são contas atrasadas e prestações”, disse Hilário. Na tarde desta quinta-feira (15) o sindicato deve se reunir com os grevistas para discutirem a situação da categoria e definirem as próximas medidas.
Greve
Após horas de reunião no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, nesta segunda (14), o prefeito Alcides Bernal (PP) e a Solurb não chegaram a um consenso sobre a questão da coleta de lixo em Campo Grande. Apenas a coleta de lixo hospitalar foi retomada, para evitar multa. Para o prefeito, a expectativa do retorno integral do serviço está nas mãos da justiça, já que as provas apresentadas pelas partes são divergentes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário