Sindicato ainda afirma que prefeitura mentiu em informe publicitário sobre salário de R$ 5 mil
A Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado) divulgou, na manhã de hoje (9), uma nova campanha publicitária para ‘desmentir’ o prefeito Alcides Bernal (PP). O vídeo responde diretamente propaganda institucional veiculada pela prefeitura em redes de televisão afirmando que Campo Grande paga um dos maiores pisos salariais do país para os professores.
No informe publicitário encabeçado pelo sindicato estadual, a instituição alega que “vem a público desmentir o prefeito Alcides Bernal que veiculou informação falsa dizendo que a prefeitura de Campo Grande paga piso salarial de R$ 5.092,00 aos professores da Rede Municipal. O piso salarial dos professores da Capital é de R$ 1.697,37 por 20 horas”.
Além de cobrar o cumprimento da Lei nº 5.411/2014, que determina a implantação do piso de 20 horas no município, a Fetems afirma que os professores desejam apenas que “o prefeito honre com seus compromissos” e mostra um vídeo do pepista, durante campanha eleitoral, prometendo que resolveria o problema da categoria.
“Sei o sofrimento pelo qual passa os professores. Sofrem não só pelo desrespeito do seu direito de receber um salário justo, um salário que já está previsto em lei. Eu vou respeitar, vou ouvi-los, vou fazer com que o piso seja respeitado. Eu vou cumprir esse compromisso”, declara Bernal, na ocasião.
Assista o informe publicitário:
Piso Nacional
O piso salarial dos docentes é reajustado anualmente, seguindo a Lei 11.738/2008, a Lei do Piso Nacional, que vincula o aumento à variação ocorrida no valor anual mínimo por aluno definido pelo Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação). Na Capital, os professores pressionaram o poder público com uma greve que durou 77 dias, durante a gestão de Gilmar Olarte (PP por liminar).
Eles solicitavam o apoio de vereadores, tendo como principais aliados Luiza Ribeiro (PPS) e o atual secretário municipal de Governo, Paulo Pedra (PDT). Quando Alcides Bernal retomou o poder, a expectativa era de apoio total da prefeitura já que os ex-aliados também compõem com o Executivo, no entanto o diálogo permanece difícil e mais um ano letivo começou sem que o pleito fosse atendido. Inclusive, Pedra chegou a afirmar que o reajuste somente será possível se demitir 10% dos professores contratados.
Em 2009, quando a Lei do Piso entrou em vigor, o pagamento mínimo para professores passou de R$ 950 para R$ 1.024,67, em 2010, e chegou a R$ 1.187,14 em 2011. No ano seguinte, o piso passou a ser R$ 1.451. Em 2013, subiu para R$ 1.567 e, em 2014, foi reajustado para R$ 1.697. Em 2015, o valor era R$ R$ 1.917,78. Na série histórica, o maior reajuste do piso foi registrado em 2012, com 22,22%.
Apesar dos aumentos, atualmente, os professores recebem cerca de 60% do salário das demais carreiras com escolaridade equivalente. A melhora do salário dos professores faz parte do Plano Nacional de Educação (PNE), lei que prevê metas para a melhoria da educação até 2024. Até 2020, os docentes terão que ter rendimento equiparado ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente.
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