Os apertos agora chegam nos postos de saúde.Comunicações internas solicitam diminuição de gastos em todos os setores uma posição até viável para quem se diz em deficit e Crise. Mas quem esta pagando a conta desses ajustes?
Depois do terrorismo das ameças de fim de plantão, ajustes começaram a atingir os benefícios dos servidores. O que se observou foi uma baixa significativa nos valores salariais de uma gama considerável de servidores que movimentam a máquina da saúde. Apesar disso, os servidores ligados a Enfermagem e outras categorias estiveram na luta, respeitando seu compromisso com a população.
Toda a dificuldade causada pela diminuição do quadro nos plantões foi sentida, imediatamente, pelos usuários SUS. Não podemos esquecer que, antes da greve dos Médicos, já se esperava até seis horas para se conseguir um atendimento em UPAS e CRSs. Entre tanto nunca houve uma diminuição de trabalho , a diminuição foi de pessoal. O que se observava nos plantões era uma grande quantidade de trabalho, um efetivo beirando a insuficiência e longas esperas por parte dos Pacientes. A Prefeitura, que é o poder maior e que dispõe de grandes possibilidades em seu corpo judiciário, sempre consegue aparar as greves por meio de liminares e processos judiciais. Essas táticas opressivas não funcionaram com os médicos e provavelmente não funcionarão com os profissionais de Enfermagem.
POR QUE PARAR?
Todos nós, brasileiros, sabemos que a economia vai mal das pernas, de qualquer forma sempre existiu um compromisso, por meio das administrações, em repor os valores perdidos com a inflação. A sinalização da evolução da Crise esse ano promete que , mesmo com a reposição da inflação de 2014, o brasileiro irá sofrer perdas significativas no seu padrão de vida. Com o Servidor Público não é diferente. A reposição da inflação é o mínimo que a Administração Municipal poderia oferecer.
Outro ponto são as perdas relacionadas às medidas de contenção de gastos da Prefeitura, que afetaram todos os servidores, principalmente os da saúde. Ao "Enxugar a folha" a Prefeitura retirou benefícios que nunca foram mexidos por nenhuma administração. Os servidores da Enfermagem ( também os outros da mesma referência, como os farmacêuticos.) sentiram o peso dessa medidas e o aumento de responsabilidades que, em suma, deveriam ser divididas com um numero maior de profissionais. Convenhamos, trabalhar mais e ganhar menos não é o sonho de nenhuma pessoa.
Existe também um certo Tabu no serviço público, em que os médicos são tidos como os únicos necessários para a saúde funcionar.
O funcionamento de qualquer unidade de saúde depende, unica e exclusivamente, do corpo de enfermagem. Todos os procedimentos são realizados por eles e, sem eles não há saúde pública.
Se o cidadão vai a qualquer unidade de saúde, desde o acolhimento até uma simples aferição de pressão arterial, passando até mesmo pelas vacinas, são realizados por profissionais de enfermagem.
Um médico não realizará atendimento se não tiver enfermeiros e técnicos para administrar e organizar o corpo de saúde, ou seja, se a enfermagem parar, param todos os serviços.
Mesmo cumprindo os 30% exigidos por lei, não existe possibilidade do Sistema de Saúde da Capital conseguir funcionar de forma correta e viável.
Os desrespeitos proporcionados por Administrações ao longo do tempo e especialmente esta, fazem que seja inevitável tomar atitudes mais enérgicas. Profissionais que não aderirem a paralisação entrarão na contra mão do desenvolvimento social e das melhorias em Saúde Pública.
E a População?
Os profissionais de Enfermagem não param por que querem mais que o justo, eles querem o mínimo : Em remuneração, dignidade e respeito profissional. A atual gestão deveria estar ciente disto desde que começaram as negociações. Ciente que os usuários SUS serão prejudicados a cada categoria que exigir o que lhes é de direito.
Parar escolas e dizer que o movimento enfraqueceu é apenas uma das estratégias da atual administração para poder "tapar o sol com a peneira" , e não será diferente nas próximas paralisações que atingirão o sistema de saúde.
O cidadão tem que entender que, desde que a atual administração assumiu, muitas coisas mudaram em todos os sentidos, e infelizmente para pior. Basta dar uma volta pela cidade para ver que esta longe de estar razoável.
Não é fácil ficar sem serviços de saúde porém, faz-se necessário para que a saúde e seus profissionais sejam valorizados.
A LUTA QUE VIRÁ...
A união da classe será decisiva para que algo aconteça e para que qualquer conquista ocorra. Classe dividida não tem força! Como é aconselhado, todas pessoas que quiserem mudança tem que mudar. O pensamento medíocre de que uma classe trabalhadora não tem força é que favorece administrações fora de esquadro a tomar atitudes como as que já foram tomadas na Rede Municipal.
Devemos entender que pressões virão de todas as partes. Ameaças, ordens judiciais e até mesmo contratações de emergência, que farão com que todos entrem em dúvidas.
Sabemos que as contratações ocorrem mesmo sem paralisação e que os salários de alguns contratados são muito maiores que os de qualquer servidor de saúde que faça seus infindáveis plantões.
A verdade é que, se você não agir, até maio do próximo ano ficará inviável ser servidor da prefeitura,
a defasagem salarial será tanta que os poucos benefícios não ajudarão , em nada, um servidor que estará endividado e doente ( toda a pressão diária ocasionará surtos de problemas de saúde). Então a hora de se mobilizar é agora . Não se esqueça que foi o comodismo que levou o Brasil a esse buraco que estamos entrando.
VAMOS A LUTA!
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