Todo mundo passa, durante a vida, por períodos de tristeza, angústia e desânimo que parecem que não terão fim. Nesses momentos a vida perde a cor, o sentido, a graça e tudo parece meio sem propósito. Como saber se isso é uma resposta natural aos problemas do dia-a-dia? Qual é o limite entre a oscilação natural do humor e a temida depressão?
Para entender um pouco mais sobre essa doença convidamos o Neurologista Leandro Teles para explicar as dúvidas mais frequentes sobre esse problema:
1- Quais são os sintomas mais comuns de Depressão?
R. A depressão causa tanto sintomas psíquicos (mentais) como sintomas físicos:
Sintomas Mentais: Tristeza contínua, angústia, desesperança e sentimento de culpa. O paciente perde o prazer em fazer coisas que antes lhe dava prazer. São comuns também = medo desmotivado, irritabilidade, mau humor, vontade repentina de chorar, etc.. .
Sintomas Físicos: Cansaço constante, alteração de sono (dormir muito ou dormir pouco), oscilação de peso (ganho ou perda de peso), dores de cabeça ou pelo corpo, disfunção sexual, desatenção, esquecimentos, etc.
Sintomas Físicos: Cansaço constante, alteração de sono (dormir muito ou dormir pouco), oscilação de peso (ganho ou perda de peso), dores de cabeça ou pelo corpo, disfunção sexual, desatenção, esquecimentos, etc.
2- Como distinguir uma tristeza normal (em resposta a um evento ruim) da Depressão?
R. Todo mundo passa por problemas na vida e tem todo o direito de ficar triste nesses momentos. Na depressão, no entanto, a resposta é totalmente desproporcional aos acontecimentos, seja em intensidade, seja em duração dos sintomas. O paciente perde o poder de reação e perde a capacidade de apreciar as coisas boas que o cercam. Os sintomas devem ser evidentes e de duração de pelo menos 2 semanas, acometendo o paciente em várias situações distintas do seu dia-a-dia. A intensidade deve ser suficiente para causar comprometimento da qualidade de vida.
3- Quais os principais tipos de Depressão?
R. A depressão pode ser dividida de diversas formas. Pela intensidade podemos dividir em depressão maior (mais intensa) e depressão menor (menos intensa). Quanto à duração podemos dividir em crônica (contínua) e episódica (em surtos). Existe depressão com mais sintomas de ansiedade, outras entremeadas com episódios de franca euforia (transtorno bipolar), algumas muito graves com psicose e ideação suicida, outras bem discretas com expressão apenas com mau humor e irritabilidade crônicas (chamamos de distimia), etc…
4- Quem tem Depressão e não trata pode desenvolver outras doenças?
R. Além de todo impacto social, escolar e profissional causado pela depressão não tratada, o paciente ainda pode desenvolver complicações clínicas. Quem sofre de depressão tem maior risco de desenvolver hipertensão, diabetes tipo 2, aumenta também o risco de infarto e derrames. Isso sem falar na queda de imunidade, que facilita o aparecimento de infecções e até tumores malignos. Por tudo isso o combate a doença deve ser precoce e incisivo.
5- Uma vez identificada como podemos combater a Depressão?
R. A primeira dica é procurar ajuda especializada ! Um clínico de confiança, um médico neurologista ou mesmo um psiquiatra são as melhores opções. Tentar se livrar sozinho dos sintomas é uma atitude menos efetiva, uma vez que a percepção de sintomas e o poder de reação ficam limitados pela doença.
O tratamento da depressão é feito com medicamentos, que devem ser escolhidos e personalizado caso a caso. A eficiência do medicamento é muito boa, lembrando que geralmente ele demora de 2 a 6 semanas para começar a agir, por isso deve-se ter um pouco de paciência no início.
Além do medicamento é fundamental que o paciente pratique atividades físicas, procure não se afastar de suas atividades sociais, tenha com quem conversar sobre seus problemas (com amigos, familiares ou mesmo um terapeuta), enfim…. o tratamento exige uma reprogramação dos hábitos de vidas a fim de se obter um alívio satisfatório e sustentável dos sintomas depressivos.
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