Moradores da Cidade de Deus estão revoltados com o descaso público
Com o fechamento do Lixão Municipal por determinação da Justiça, devido as condições insalubres, o prefeito Alcides Bernal (PP) se comprometeu a resolver a questão. Primeiramente, foi à Justiça e enquanto aguarda um parecer, diz que vai ampliar a UTR (Unidade de Tratamento de Resíduos) e encaminhar os catadores que estão sem trabalho para o Proinc (Programa de Inclusão Profissional).
O gestor afirmou, durante agenda pública nesta manhã, na aula inaugural do Instituto Mirim, que protocolou uma petição na Justiça solicitando a prorrogação do prazo para reverter a situação. Ao ser questionado sobre o resultado, ele se diz otimista. “Pelo jeito, há pessoas que ainda dependem do lixo. Todas as vezes que fizeram essas tratativas, sempre foram atendidas”, disse.
Enquanto aguarda o parecer da Justiça, o prefeito solicitou um prazo aos catadores, a partir de agora. Bernal acredita que, dentro de 30 dias, a UTR será ampliada. Atualmente, atende 88 funcionários - não comporta os 700 trabalhadores que atuam direta (429) e indiretamente (271) no aterro sanitário, conforme informações deles mesmos.
“Vou oferecer uma proposta às famílias para trabalhar, para abrigar as pessoas. E quem não conseguir ir para UTR, pode participar de programas de inclusão social da prefeitura como o Proinc, podendo ajudar na limpeza da cidade. O objetivo é deixar todos com serviço fixo, saindo da informalidade”, destacou o prefeito, em coletiva à imprensa.
Já o representante dos catadores, Junior Brayam, de 24 anos, informou que não será ludibriado e está tentando negociar com a Prefeitura e os demais catadores. "Vou conversar com o pessoal da prefeitura e com os catadores. Se for necessário, vamos nos mobilizar e fechar rodovia”, destacou.
Brayam está revoltado com o descaso público, já que muitas famílias dependem do Lixão para sobreviver. Além disso, os encaminhamentos não estão agradando a maioria dos moradores da Cidade de Deus. “Catador não vai para o Proinc não. A opção é nossa de ser catador. A UTR não atende, já era para ter resolvido o problema, fizeram pela metade, tamparam o sol com a peneira. Depende do projeto de colocar os catadores na UTR, não é de qualquer forma, tem que atender o catador”, explicou.
O representante dos catadores disse que a matemática não é tão simples, porque o catador que está na UTR tira uma média de R$ 200,00 por semana, enquanto quem trabalha no Lixão, consegue lucrar bem mais, com R$ 100,00 por dia de serviço. “Esse é um grande problema, tem que atender os catadores, não é justo fazer do jeito que estão pensando. Temos até um projeto, mas nada foi feito até agora”, desabafou.
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