segunda-feira, 1 de junho de 2015

Ricardo Teixeira movimentou R$ 464 milhões em suas contas durante organização da Copa


Relatório do Coaf considerou as movimentações de quase meio bilhão de reais “atípicas”

FILIPE COUTINHOAssine já!
Suspeito de fazer parte de um esquema internacional de propinas, o cartola Ricardo Teixeira movimentou em suas contas R$ 464,56 milhões no período que comandou a organização da Copa do Mundo do Brasil.
Ricardo Teixeira (Foto:  Harold Cunningham/Getty Images)
Ricardo Teixeira foi presidente do Comitê Organizador Local da Copa-2014 entre 2009 e 2012, quando renunciou ao cargo e à presidência da CBF. É justamente nesse período que o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, apontou as movimentações de quase meio bilhão de reais – e as considerou “atípicas”.
As informações constam de relatório da Polícia Federalproduzido em janeiro deste ano, obtido por ÉPOCA. Diz o documento: “Juntada das informações do Coaf, onde constam informações sobre altas movimentações financeiras realizadas por Ricardo Terra Teixeira, no montante de R$ 464.560.000,00 ( quatrocentos e sessenta e quatro milhões, quinhentos e sessenta mil reais), entre os anos de 2009 e 2012, sendo que tais foram considerados atípicos pelo Coaf”.
Segundo a PF, esse relatório do Coaf mostrou ainda que Ricardo Teixeira mantinha contas no exterior e repatriou valores para poder comprar um apartamento de R$ 720 mil no Rio de Janeiro. De acordo com a PF, Teixeira “não teria como justificar os valores envolvidos na aquisição” e por isso trouxe dinheiro de fora do país. O relatório afirma ainda que o imóvel valeria pelo menos R$ 2 milhões. Essa operação financeira foi revelada pela imprensa em 2011. Quem vendeu o apartamento a Teixeira foi Cláudio Abrahão. Sua família é dona do Grupo Águia, fornecedor da CBF.
A PF indiciou Ricardo Teixeira pelos seguintes crimes:lavagem de dinheiroevasão de divisasfalsidade ideológica e falsificação de documento público.  Ricairdo Teixeira não foi localizado pela reportagem.

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