terça-feira, 4 de agosto de 2015

A mediocridade da defesa de José Dirceu e o caminho que lhe resta




O advogado Podval e nos detalhes, Dirceu e Moro 
A defesa do ex-ministro José Dirceu tentou, nos últimos dias, por três vezes conseguir um habeas corpus preventivo em seu favor. Tudo de maneira atabalhoada, sem qualquer elemento que levasse a uma convicção jurídica. Assim, durante as sucessivas negativas, tentou ainda, num lance patético, comover o juiz Sergio Moro, narrando a aflição vivida por Dirceu e garantindo que ele não fugiria e que vinha colaborando com as investigações.
O caminho trilhado pelos defensores do ex-ministro foi uma clara demonstração do seu envolvimento nas tramas e tramoias do "petrolão", de sua lamentável e obstinada obsessão por dinheiro, além de sua crença na impunidade, mesmo após a condenação sofrida no "mensalão".
Nesta segunda-feira (3), em mais uma aparição melancólica e absolutamente desnecessária, o advogado Roberto Podval, delirante defensor de Dirceu, atribuiu sua prisão a uma questão "política", classificando o ex-ministro como um "bode expiatório" da Operação Lava Jato.
Existem nos autos provas cabais de que José Dirceu recebia dinheiro do "petrolão", de que foi ele quem fez as indicações dos diretores da Petrobrás, além dos testemunho e das delações de pessoas intimamente ligadas ao esquema e a ele, casos do executivo Julio Camargo e do lobista Milton Pascowitch.  
Delatores do esquema confessaram pagamento de propina a Dirceu. Pascowitch, ainda se ateve a detalhes, disse que uma das obras da Petrobras teve sobrevalor somente para ter dinheiro suficiente para pagar Dirceu.
Ademais, as investigações apontam que, além dos contratos falsos com a JD Consultoria, a propina chegava até José Dirceu em dinheiro vivo e até por pagamentos de viagens e reformas de imóveis. Sendo certo que o esquema de corrupção começou quando Dirceu ainda era ministro da Casa Civil do governo Lula.
Portanto, desta vez, diante do quadro, reincidente na prática criminosa, resta a José Dirceu somente um caminho: a delação premiada. Para tanto, precisa urgentemente trocar os seus defensores.
De outro lado, reportagem da revista "Época", assegura que no começo de julho, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu teria desabafado com um amigo. Disse que estava resignado diante da possibilidade de ser preso na Lava Jato (o que se confirmou nesta segunda-feira), já que as tentativas de seus advogados de obter um Habeas Corpus foram frustradas. Dirceu afirmou ter feito o seguinte cálculo: se contar o que sabe, poderá estar solto em três anos. Segundo o amigo, Dirceu disse que estava propenso a "entregar todo mundo". 

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