terça-feira, 4 de agosto de 2015

PF flagra conversas de Antonieta com Amorim e Elza em suposto crime eleitoral


A parlamentar conversou com Elza Cristina sobre como faria para declarar seus aluguéis como doação de campanha

A Operação Lama Asfáltica, que investiga a organização criminosa que teria fraudado diversas licitações em obras públicas, acabou identificando também possíveis crimes eleitorais em Mato Grosso do Sul.

Embora não tenha sido objeto da investigação, a operação apontou indícios de ilegalidade durante a eleição de 2014. Os agentes suspeitam da irmã do empresário João Krampe Amorim, a deputada estadual Maria Antonieta Amorim, ex-Trad.

Na época em que ocorreram as interceptações telefônicas, em 2014, Antonieta era suplente do senador Waldemir Moka, do PMDB, e foi flagrada pedindo ao irmão, João Amorim, que exercesse a sua influência política para que funcionários da Câmara Municipal de Campo Grande trabalhassem em sua campanha eleitoral.

Na gravação, ela diz ao irmão que pagaria e se 'responsabilizaria' por um servidor identificado como Márcio Marques e os demais. Os pagamentos seriam feitos por meio do mandato de um vereador.  Embora não seja objeto da investigação, os agentes relataram no inquérito. "Embora futuramente possa se tratar de um ilícito eleitoral, no momento não é de interesse desta investigação".

A Polícia Federal ainda 'pegou' a parlamentar tentando colocar como gastos de campanha os próprios aluguéis. Antonieta foi flagrada em conversa telefônica com a 'braço direito' de João Amorim, Elza Cristina Araújo dos Santos, identificada como 'a mulher do cafezinho'. As duas estudavam uma forma de declarar os aluguéis da deputada como doações na campanha eleitoral. No diálogo, Elza e Antonieta falam sobre o contrato de aluguel, que só poderia sair na doação quando existisse o CNPJ da campanha da então candidata.

Na conversa telefônica interceptada pela PF, ocorrida no dia 12 de março de 2014, Elza diz que o "Professor Edson" teria falado que só quando sair o CNPJ que Antonieta poderia receber valor do aluguel como doação. Elza declarou que não sabia se a deputada poderia dizer no futuro que recebeu como doação os valores atuais.

Em resposta, Antonieta afirmou para Elza que teria 'gente para dar doação' e explicou que haveria contabilidade pessoal e política, a partir do CNPJ da campanha. A 'mulher do cafezinho' ainda disse que quando começasse 'a campanha e [tivesse] o CNPJ e [começaria] a pagar o aluguel'. Ainda em dúvida, Elza pergunta se 'na saída de caixa, se a imobiliária [aceitaria] fazer o recibo naquelas datas e declarar'. Essa fato foi classificado pelos agentes da Polícia Federal como 'incompreensível'. 

No entanto, a deputada responde que [o caso] estaria 'no Serasa e [achava] que foi algo não pago na obra'. Elza diz então, que se referia às fazendas. Antonieta explica que falou com uma mulher identificada como Juliana sobre 'o plano de trabalho a ser apresentado para Nelson Trad e [que seria] efetivado em quatro meses'.


A operadora financeira do grupo criminoso perguntou à deputada sobre qual data seria melhor para providenciar os R$ 10 mil. Antonieta ainda declarou, 'é urgente'. Além disso, a deputada recebeu doações da Proteco, principal empresa envolvida no esquema de fraudes em licitações e, conforme consta na sua declaraçã

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