O parlamentar rebateu as informações que estão no inquérito da Polícia Federal
O vereador Vanderlei Pinheiro de Lima, conhecido popularmente como Delei Pinheiro, do PSD, negou ao TopMídia News que tenha sido financiado por empresas 'laranjas' do grupo do empresário João Amorim, conforme apontado pelo inquérito da Polícia Federal, durante a investigação Lama Asfáltica.
Delei contesta a afirmação da Polícia Federal e diz que não conhecia o empresário. Alega ainda que só passou a conhecê-lo depois que imagens do empresário foram divulgadas pela imprensa quando o caso da Lama Asfáltica veio à tona.
"Eu não o conhecia, nunca o tinha visto. Só passei conhecê-los depois que as imagens passaram a ser divulgadas pela imprensa. Essas informações que foram repassadas são mentirosas. Basta olhar na minha prestação de contas no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) que vocês poderão ver que jamais recebi doações destas empresas em 2012", se defendeu.
Segundo informações contidas no inquérito da Polícia Federal, os agentes afirmaram que o parlamentar teria recebido no ano de 2012, doações de campanha de empresas com ligações com João Amorim.
Em resposta, Delei declarou que doações poderiam ter ocorrido em 2008 e não em 2012, conforme aponta a PF. "Pode ter havido doações em 2008, só que foram feitas a coligação na época, e não diretamente à mim. Pode olhar na minha prestação de contas".
A reportagem verificou e constatou as empresas relacionadas não constam na lista de doações de campanha do parlamentar em 2012, conforme afirma a Polícia Federal. Porém, assim como o próprio parlamentar afirmou, em 2008, a empresa Coletto Engenharia Ltda., fez uma doação no valor de R$ 25 mil em cheque feito em nome do vereador para a sua campanha. As informações estão no Tribunal Regional Eleitoral do Estado, na prestação de contas do parlamentar de 2008. Na época Nelsinho Trad, do PMDB, era candidato à reeleição.
Declaração de doadores de campanha em 2008, conforme consta no TRE.
Outro ponto que a reportagem constatou e que foi afirmado pela Polícia Federal no inquérito é com relação ao financiamento de campanha feito pelo deputado estadual Marquinhos Trad, do PMDB, a qual a PF, diz que o político seria o maior financiador de Delei. Naquele ano, em 2012, de acordo com a prestação de contas, o vereador recebeu de Marquinhos a maior doação, totalizando R$ 28 mil para que fosse aplicado na sua campanha.
Declaração de doadores de campanha em 2012, conforme consta no TRE.
Ainda no mesmo ano, o que chama a atenção é que o vereador também recebeu doações de outro envolvido no esquema de fraudes em licitações de obras públicas, do ex-secretário do Ministério dos Transportes, Edson Giroto. Em 2012, Giroto era candidato a prefeito de Campo Grande pelo PMDB e disputou a eleição ao lado Alcides Bernal eleito na época.
Conforme consta na prestação de contas feita ao TRE, a doação aparece no extrato como 'Eleição 2012 Edson Giroto', o valor repassado foi R$ 7,3 mil, sendo R$ 2,3 estimado e mais R$ 5 mil em cheques.
Declaração de doadores de campanha em 2012, conforme consta no TRE.
Diante da Operação Lama Asfáltica que investiga o desvio de R$ 11 milhões, a Polícia Federal classifica o caso como quadrilha especializada em fraudes de licitações em obras públicas. O parlamentar defendeu a livre investigação e que os envolvidos sejam punidos exemplarmente. Apesar de citado no inquérito, o vereador não é investigação na Operação Lama Asfáltica.
"Defendo a investigação, vejo que este esquema fez com que empresários sérios participassem de licitações. Não entendo como uma empresa conseguiu tirar outra, como foi o caso do Aquário do Pantanal e ninguém viu isso. Acho que as denúncias tem que ser investigadas pela Polícia Federal, somente assim, a gente consegue ir mudando a política brasileira. Acredito que isto ocorreu devido a permanência por 20 anos do PMDB, com o André Puccinelli e Nelson Trad Filho que estiveram no comando por todo esse tempo. A população está acompanhando e fiscalizando todas essas ações que estão sendo investigadas", finalizou o parlamentar.
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