Os empresários teriam envolvimento em esquema de desvio público deflagrada pela Operação Uragano e no 'Escândalo do Detran'
A lista de empresários investigados pela Operação Lama Asfáltica, deflagrada no início de julho pela Polícia Federal, revela que as empresas e os proprietários já estiveram envolvidos em outros escândalos e esquema de desvios de dinheiro público. A investigação aponta que os investigados já fizeram parte da Operação Uragano e do caso que ficou conhecido como 'Escândalo do Detran'.
Informações do inquérito policial, encaminhado ao Ministério Público Federal, sobre a Operação Lama Asfáltica, fazem uma breve relatos dos investigados e cita o histórico de prática ilícitas descobertas em outras investigações. O primeiro da lista é o megaempresário João Krampe Amorim.
O empresário foi citado em 2010, durante a Operação Uragano, apontado como responsável por arrecadar propinas de empresas envolvidas em fraudes a licitações e desvio de verbas públicas, caso semelhante ao que está sendo investigado atualmente.
A Polícia Federal o qualifica o como o principal articulador no esquema de fraudes nas licitações envolvendo obras públicas na Operação Lama Asfáltica e de ter teria fortes influências sobre a execução do Aquário do Pantanal. Os agentes ainda revelaram que Amorim teria ligações com empresários que já respondem processos criminais envolvendo desvio de dinheiro público.
Na lista estariam João Roberto Baid, dona da Itel Informática e Antônio Fernando de Araujo Garcia, onde juntos possuem um emaranhando grupo de empresas que estariam envolvidas em esquemas ilícitos.
Antônio Fernando de Araujo Garcia, proprietário da empreiteira Financial, também foi alvo da investigação da Operação Uragano. No inquérito ele é apontado de participar de esquema de corrupção ativa e também de desviar recursos públicos para financiamento de campanha política nos contratos de tratamento do lixo de Dourados.
Em outra passagem pela polícia, em 2006, os agentes apreenderam uma mala contendo R$ 180 mil em dinheiro, no Aerporto Internacional de Campo Grande. Atualmente, o empresário aparece como sócio-proprietário da Solurb, empresa que presta o serviço de limpeza em Campo Grande e também é alvo de investigação pelo Ministério Público Estadual por irregularidades na prestação de serviço. A PF ainda afirma que Amorim tem participação indireta na Solurb.
Outro como já mencionado é João Roberto Baird, dono da Itel Informática Ltda., que possui contratos milionários com o Governo do Estado e a prefeitura de Campo Grande, teve envolvimento no esquema de desvio de recurso público (verbas federais) e figura como réu em processos que tramitam na Justiça Federal.
A Polícia Federal releva que em 1999, durante o governo de atual deputado federal Zeca do PT, Baird junto com os servidores públicos foram condenados judicialmente por desviar verbas do Fundo de Apoio ao Trabalhador (FAT). O valor desviado chegava a R$ 1,2 milhão.
E o caso de ações ilícitas não param por aí, Baird e a Intel Informática são investigadas pelo desvio milionário de verbas públicas. Conforme o Tribunal de Contas do Estado, o desvio chegou de R$ 30,2 milhões. Além disso, o empresário ainda acusado de prática de usurpação de função pública. Este caso ficou conhecido como o 'Escândalo do Detran'.
Segundo as conversas flagradas pelos agentes durante a Operação Lama Asfáltica, a ex-funcionária e sócia minoritária de João Amorim, Elza Cristina, a mulher do 'cafezinho', além de ser uma 'faz tudo' dentro da organização criminosa, se reportava diretamente a Amorim e a Barid. Os dois dividiam o comando das empresas e se 'locupletavam' na divisão do dinheiro público.
Operação Uragano
Deflagrada em 2010, durante o esquema de corrupção a prefeitura de Dourados e os três poderes no Estado. Na época, a prefeitura de Dourados, era chefiada pelo ex-prefeito Ari Artuzi.
Os outros investigados eram o ex-governador André Puccinelli, o deputado Ary Rigo junto com outros deputados da Assembleia Legislativa. Desembargadores do Tribunal de Justiça e membros do Ministério Publico Estadual também estavam envolvidos no esquema. Ao todo, 28 pessoas tiveram a prisão preventiva decretada.
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