O Depoimento de Luiza Ribeiro (PPS) ao Ministério Público foi vazado e chegou as mãos da imprensa, gerando ‘burburinho’ entre os parlamentares da Câmara de Vereadores neste fim de semana.
Num ‘estilo megafone’ ou ‘metendo a boca no trombone’, como dizem os ditados populares, no depoimento que durou mais de 30 minutos, a vereadora comentou sobre o suposto esquema que envolveu a cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP) e serviços como tapa-buraco e desvio de verbas na Capital. Em um dos trechos, ela cita o vereador chocolate, que era do partido de Bernal e foi para o (PTB), era ‘periferia’ considerando-o ‘mais manipulável’ e também o vereador Edson Shimabukuro (PTB) como o ‘que fica quietinho e isolado’ na Câmara.
O MS Notícias tentou entrar em contato nesta manhã de segunda-feira (19), mas até o momento as ligações não foram atendidas e nem retornadas. Segundo a vereadora, ela reforça que ‘é seu dever falar a verdade e que a Justiça fará os devidos julgamentos e apurar a veracidade dos fatos’.
Investigações
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), por meio de seu promotor, Marcos Alex Vera de Oliveira recebeu na manhã da última quinta-feira (14), documentos do Instituto de Criminalística, localizado dentro do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), relacionados à análise pericial feita nos 17 aparelhos de celular apreendidos dos vereadores durante a Operação Coffee Break.
De acordo com o promotor, as informações que reúnem mais de 400 mil páginas serão comparadas aos depoimentos já colhidos durante as oitivas no Gaeco. ‘A quantidade de dados é significativa, nós temos uma linha de investigação e algumas datas específicas a serem analisadas, que seriam também próximas a data da cassação. O programa nos dá a oportunidade de pesquisar por palavras-chave e por data, (por exemplo, a palavra ‘cafezinho’), então vamos aproveitar essa ferramenta para concluir as investigações o quanto antes. Temos quatro peritos que farão a analise por investigado, cada um analisa dois investigados, concluindo analisa mais dois até todos serem concluídos. Com o volume de informações acredito que a gente não conclua até o mês de outubro, mas acredito que até o final de novembro os documentos sejam todos analisados’, disse Marcos Alex.
A Operação Coffee Break, é um ‘desmembramento’ de outras duas operações, a Adna e a Lama Asfáltica, investiga um suposto esquema de recebimento de dinheiro para votarem contra Bernal na Câmara Municipal, gerando assim sua cassação. No dia 13 de março, ele foi cassado do cargo com o voto de 23 dos 29 parlamentares.
Resposta pública
Em nota divulgada por meio da sua página na rede social Facebook, a vereadora explicou seu depoimento:
Atendendo convocação, compareci perante os Promotores que atuam na Força Tarefa do MPE formada parar investigar ilegalidades em contratos dos serviços de tapa buraco, cascalhamento e de limpeza urbana da Prefeitura de CG.
A investigação no MPE foi originada pelo compartilhamentode provas colhidas pela Polícia Federal, especialmente escutas telefônicas, obtidas na Operação Lama Asfáltica.
No dever de cidadã e no exercício do mandato de vereadora, não deixaria de prestar as informações que tenho acesso, sob pena de não dignificar o mandato parlamentar que recebi.
Mesmo aquelas situações que não possuo prova direta, mas que me chegam diariamente por servidores públicos, empresários entre outras pessoas que comunicam fatos graves suspeitas de desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro e demais condutas ilegais que ferem a democracia e destroem os princípios da autonomia dos poderes.
Nossa militância não se prestará a evitar que a Justiça cumpra seu papel de investigar e, comprovado, punir aquele que comete crime contra a administração pública.
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