segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Ao Gaeco, Jamal admite não ter provas contra Bernal e denúncia é anulada


O vereador confessou não ter provas contra o prefeito e disse que se arrepende de ter assumido secretaria de Saúde

O ex-secretário Municipal de Saúde e atual vereador de Campo Grande, Jamal Salem (PR), afirmou ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) não ter como provar as denúncias que realizou contra o prefeito Alcides Bernal, do PP. O depoimento de Jamal durou cerca de uma hora, e acabou no fim da manhã desta segunda-feira (26). Com isso, o órgão anulou a investigação das denúcias, também feitas por outro parlamentar, Edil Albuquerque, do PMDB.

Salem admitiu que não apresentou nenhuma prova, relatando que foi até o Gaeco apenas como testemunha para esclarecer fatos que havia deixado de dizer em sua primeira declaração.

"Não tenho provas, tenho essas conversas que ouvi dizer de pessoas que estavam no plenário e agora quem vai provar é o Ministério Público Estadual. Não lembro os nomes das pessoas, pois não as conheço, resolvi falar pelo fato de ter sido pego de surpresa no meu primeiro depoimento", tentou explicar.

Bernal foi notificado para entregar, 'se quiser', o celular ao Gaeco e Jamal acredita que se acaso o prefeito acatar a solicitação, as perícias vão dar fundamentos para provar o que ele disse. "As tecnologias do Gaeco são de primeiro mundo e eles conseguem ter acesso às conversas, e-mails, de dois há três anos atrás", ponderou.

O prefeito havia declarado que esta solicitação do Gaeco seria estratégia de 'rivais', destacando que os vereadores possivelmente participaram de um esquema para sua cassação e que possivelmente querem prolongar as investigações. Quando Jamal foi interrogado sobre a questão, ele se irritou dizendo: "Ninguém quer ganhar tempo, o promotor sabe como conduzir ele pode dizer melhor do que eu que não estamos tentando ganhar tempo com nada".

Encontros
Sobre reuniões que supostamente eram realizadas para 'combinar' a cassação de Bernal, no ano passado, o vereador confessa que participou de vários encontros, mas que o diálogo era sobre ter uma base para o prefeito e que em nenhum momento as reuniões eram a respeito da cassação do Chefe do Executivo.

Além disso, durante a declaração de hoje, Jamal negou que ganharia qualquer cargo se Bernal fosse cassado. E quando interrogado sobre sua indecisão de voto às vésperas da cassação do prefeito, ele diz que isso não deve gerar desconfiança de ninguém e que aguardava o conhecimento do relatório da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), que investigava Bernal. "Dois dias antes cheguei a me reunir com o prefeito e neste encontro ele pedia para não votarem nele, mas nunca ofereceu nada em troca", ressaltou.

Quando indagado se não seria arriscado ele pedir a apreensão dos celulares dos vereadores, já que o dele estaria incluído, Jamal diz que não, afirmando que o único erro que ele teve, foi aceitar ser secretário de Saúde do município. "Ser secretário de saúde é 'buxa', falta investimentos e a culpa é do sistema implantado", explica o vereador dizendo que o erro seria de como o SUS (Sistema Único de Saúde) é conduzido.

A assessoria do Gaeco disse que Salem não apresentou provas do que acusou, além de não lembrar os nomes e nem reconhecer os rostos de quem seria 'populares'. Ainda conforme a assessoria, agora, não vão abrir outra investigação pelo fato do vereador não ter prova alguma.

Segundo o Gaeco, durante o depoimento, Jamal negou ter recebido qualquer dinheiro do prefeito afastado Gilmar Olarte. Agora as pessoas que o vereador acusou sem provas, podem entrar com um processo contra o parlamentar.

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