Dezenas de cirurgias eletivas e centenas de atendimentos ambulatórios já foram desmarcados em cinco dias de paralisação
Cerca de 300 médicos da ABCG (Associação Beneficente de Campo Grande), mantenedora da Santa Casa, ainda continuam em greve, que que não tem previsão para acabar. Dezenas de cirurgias eletivas e centenas de atendimentos ambulatórios já foram desmarcados em cinco dias de paralisação no maior hospital de Mato Grosso do Sul.
Segundo a assessoria do hospital até o momento, a prefeitura ainda não sinalizou nenhuma proposta de acordo com a categoria. Durante uma coletiva na última sexta-feira (23), o diretor da Santa Casa Wilson Teslenco, disse que no total, a Prefeitura de Campo Grande tem um débito de aproximadamente R$ 13 milhões, sendo que R$ 7 milhões são referentes aos últimos dois meses.
Teslenco pediu desculpas para a população e diz que os pacientes que não tiveram as cirurgias canceladas terão prioridade quando a categoria voltar ao trabalho.
"Quando as coisas estiverem resolvidas, as pessoas que realizaram o procedimento vão ter preferência. A situação está ficando insustentável, pelo fato de ser uma grande demanda não resolvida com a prefeitura nos últimos dois anos. Sofremos com o atraso de pagamentos e com um contrato que sustente o hospital", disse o diretor.
Ainda conforme Wilson, a dificuldade do hospital pagar os fornecedores é muito grande, mesmo não faltando materiais para o hospital, Teslenco diz que deixou de pagar muitos fornecedores devido ao atraso da prefeitura. "Algumas empresas que fazem o abastecimento do hospital não estão querendo mais nos fornecer devido a falta de pagamento. Com isso, temos que comprar alguns produtos com até 40% de aumento do que pagaríamos se tivéssemos dinheiro", disse.
A equipe de reportagem entrou em contato com a assessoria da prefeitura que informou que desde quando o prefeito da Capital Alcides Bernal (PP), reassumiu a administração, o município está em dia em relação a dívida e que a antiga gestão não deixou dinheiro em caixa para pagar débitos antigos. Quando interrogados se existe uma previsão de existir um acordo para a greve acabar, a prefeitura diz que uma equipe financeira já está fazendo um estudo para ver como irá conseguir pagar a dívida
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