Aline dos Santos e Antonio Marques
O depoimento do vereador Jamal Salem (PR), considerado testemunha-chave na denúncia de que o prefeito Alcides Bernal (PP) teria comprado votos na tentativa de escapar da cassação, não trouxe provas e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) deve arquivar a representação.
PErderá validade o pedido para que Bernal e os vereadores que votaram contra a saída do prefeito entreguem, de forma voluntária, os celulares. O prazo termina amanhã.
Jamal chegou às 9h22 ao Gaeco, no Parque dos Poderes, e deixou local às 10h50 desta segunda-feira. Os discursos à imprensa, tanto na chegada quanto na saída, tiveram o mesmo teor. Ele afirmou que foi injustiçado e é vítima da guerra política entre Bernal e o prefeito afastado Gilmar Olarte (PP).
No depoimento, Jamal disse que ouviu de populares, no dia da cassação, que Bernal teria ofertado valores para escapar da cassação. Contudo, não saberia reconhecer as pessoas porque, na ocasião, a Câmara estava cheia e tumultuada.
Antes de entrar no Gaeco, o vereador disse que ouviu falar de propostas de R$ 500 mil a R$ 1 milhão. À imprensa, também informou que dois dias antes da cassação teve reunião com Alcides Bernal, que pediu apoio do parlamentar.
Já no depoimento, não citou a reunião. Na chegada ao Gaeco, o vereador trazia um envelope nas mãos. O material não foi entregue ao promotor Marcos Alex Vera de Oliveira e nem foi divulgada cópia à imprensa, como o vereador havia prometido.
Hoje, foi a segunda vez que Jamal foi ouvido. A primeira foi em 25 de agosto, quando foi detido na operação Coffee Break, que investiga a compra de votos para que os vereadores cassassem Bernal em março de 2014.
Jamal disse que nesta segunda-feira falou com mais calma, pois, em agosto, ficou nervoso pela forma que foi levado. Na gestão de Olarte, Jamal assumiu o comando da Sesau (Secretaria Municipal deSaúde). Ele garante que votou a favor da perda do mandato com base nas denúncias da comissão processante.
O novo depoimento de Jamal Salem foi desdobramento de representação feita pela defesa do vereador Edil Albuquerque (PMDB) ao MPE (Ministério Público do Estado). O pedido foi de apreensão dos celulares de Bernal e demais vereadores. O Gaeco considerou que a solicitação pode ter sido feita com o objetivo de protelar a apuração da Coffee Break.
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