terça-feira, 3 de maio de 2016

Aliado de Reinaldo e de Bernal, PPS quer lançar candidatura própria em Campo Grande

De braços dados com partidos adversários, legenda de Luiza e Athayde pode adiar a escolha de um lado para um eventual segundo turno


Para manter a complicada rede de alianças intacta, o PPS (Partido popular Socialista) caminha para o lançamento de candidatura própria nas eleições municipais de outubro. A estratégia é garantir que a militância permaneça unida sem que o partido se desgaste com o prefeito Alcides Bernal (PP) ou com o governador Reinaldo Azambuja (PSDB).

“É o coletivo que vai decidir, mas a candidatura cria uma linha própria. Deve ser uma eleição de dois turnos, podemos definir depois qual projeto mais se assemelha ao nosso. O que pode ser feito para, inclusive, apresentar para a sociedade, em um momento de crise de representação no país, uma nova proposta”, diz o secretário de Cultura, Turismo Empreendedorismo e Inovação, Athayde Nery.

Se levada à diante, segundo Athayde, a candidatura própria ainda atende uma solicitação do diretório nacional, que pretende lançar o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) para a presidência da República e deseja garantir palanque em todas as capitais do país. O reforço do parlamentar, que deixou o PDT em fevereiro, inclusive, aumenta o tempo de televisão dos políticos locais.

As discussões sobre alianças e candidaturas próprias entraram em ebulição agora que o PSDB sagrou oficialmente o nome da vice-governadora Rose Modesto (PSDB) na disputa eleitoral. Participando da administração tucana na esfera estadual e da pepista no município de Campo Grande, o PPS se encontra no fogo cruzado entre as duas legendas, já que elas têm projetos diferentes para 2016.

“Tem que avaliar essa questão da Rose que é uma belíssima candidata do ponto de vista da construção que já foi feita, mas têm correntes, como da Luiza [Ribeiro] que tem que ser respeitadas. Todas essas questões serão avaliadas. Por antecedência não podemos bater o martelo”, pontua o secretário.

Principais cotados
Entre os pré-candidatos cotados pelo PPS, Athayde coloca o próprio nome à disposição e até mesmo o da vereadora Luiza Ribeiro. Apesar de a construção ser balizada na conciliação entre a militância e no desejo da nacional de criar palanques, ele nega uma candidatura de ‘enfeite’ e garante batalhar pelos votos. Também cita como possíveis candidatos Carmelino Resende, Fausto Mato Grosso e o professor Gilvano, além de outros possíveis aliados.

“[Marquinhos Trad, PSD] também é um candidato que não pode ser desprezado, um deputado importante. Sérgio Longen (PR) também é candidato... Maior dificuldade é compor com o Marcus Alex, do PT, por causa da questão nacional de alinhamento a favor do impeachment, de uma nova vertente para o país. Com o PMDB teríamos mais dificuldade porque, como Reinaldo, nosso projeto é de construir a terceira via e não apenas ser uma alternativa, mas fazer uma gestão madura, equilibrada, que tenha participação”, complementa.

A postura conciliadora de Athayde ecoa no discurso da vereadora Luiza Ribeiro, que enxerga uma solução na candidatura própria. Uma das últimas resistentes na base aliada de Alcides Bernal, ela garante que as alianças na esfera estadual não devem influenciar o caminho do Diretório Municipal.

“Nós estamos caminhando no sentido de começar a conversação com as forças políticas e existe a possibilidade do PPS lançar candidatura própria. Campo Grande tem uma aliança com Alcides Bernal, que a gente considera bastante próxima. O partido ajudou bastante o governo no primeiro período e ele, seguramente, será candidato à reeleição. A aliança estadual é outra, em razão das eleições de 2014, e naturalmente o Estado tem 78 municípios, cada um tem uma realidade”, afirma.

Pontos de vista em conflito
De acordo com Luiza, uma aliança com a vice-governadora tucana está quase descartada porque os projetos partidários entram em conflito quando o assunto é a Cidade Morena. “Acho que a possibilidade mais difícil é com o PSDB em razão de, na politica local, não estarmos andando juntos. Rose foi contrária ao governo Alcides Bernal, fez oposição a ele e votou pela cassação”.

Apesar disso, cotada como pré-candidata, a vereadora prefere disputar novamente uma cadeira na Câmara Municipal. Para ela, Athayde Nery já possui uma pretensão de concorrer e pode agregar ao partido. “Se ele aceitar, para nos é muito importante. Eu particularmente acho que ajudo mais na chapa de vereadores, ainda mais necessária em caso de candidatura própria”, revela.

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