Waldemar Gonçalves
Bernal é nossa Dilma – O presidente da Câmara Municipal, João Rocha (PSDB), comparou o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) à cassação do prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), em março de 2014. "Agora se repete o mesmo rito, a mesma tramitação está acontecendo em nível nacional. Infelizmente o chefe do Executivo cometeu um crime de responsabilidade e uma das atribuições do Poder Legislativo é atuar fortemente. O Congresso está agindo da mesma maneira que a Câmara de Vereadores agiu".
Nem é – Bernal não mostrou ter o mesmo entendimento, ao menos publicamente. Ao comentar a situação política no Palácio do Planalto, falou que o Brasil passa por uma séria crise e, especificamente sobre Dilma, trata-se de uma situação já definida e espera que haja harmonia. Para Bernal, “o Brasil precisa de paz e justiça”, enquanto ele, diz, continua focado na administração da cidade, sem falar de eleições.
Dieta do Executivo – Durante reunião com empresários do Indubrasil, ontem pela manhã, o prefeito ressaltou que governar a cidade não é fácil. "É uma pressão constante, demandas infinitas e recursos escassos", disse aos presentes, ressaltando que tinha 106 quilos quando assumiu a Prefeitura e hoje pesa 94. Um dos motivos de tanta pressão seria, segundo ele, é "uma Câmara Municipal que não representa o povo".
Amigo governador – "Querem que eu brigue com o Reinaldo (Azambuja). Mas eu não vou brigar com ninguém", disse Bernal. "Só não tenho sangue de barata. Quando xingam tua mãe, aí não tem como", pontuou, referindo-se ao vereador Roberto Durães (PSC), que disse conhecer sua genitora "no silêncio dos edredons".
Cadê ele? – Por falar em Durães, nesta quinta-feira (12) completou a terceira sessão em que o vereador do PSC anda sumido. Nas duas anteriores ele apareceu rapidamente e, dizem, "fugiu com medo dos protestos". Durães sequer compareceu às atividades da Câmara Comunitária, onde é “especialista” em procurar focos do mosquito Aedes aegypti em obras abandonadas.
Luz para Bernal – Os empresários do Indubrasil fizeram várias reclamações ao prefeito. Uma delas era sobre a iluminação pública da região, ao que Bernal respondeu: "vou mandar trocar todas as lâmpadas". Logo ele foi corrigido por um empresário: "Prefeito, o senhor não entendeu. Não tem lâmpada, não tem poste. É só escuridão".
À luta, companheiros – Questionado sobre o afastamento de Dilma, o vereador Marcos Alex (PT) pondera que agora "o povo vai sentir na pele, no bolso, na sua condição de vida, o significado real do governo Temer". Para ele, a nova gestão não será favorável para a massa, "que só começou a andar de avião, comprar carro e moto, frequentar universidades" com o PT no poder. "Tudo isso que conquistamos não se acaba numa noite de votação".
Não ajudaram – Para o deputado estadual Cabo Almi (PT), o “golpe” contra Dilma tem caráter estritamente político, envolvendo políticos que não permitiram as reformas tributária, política e previdenciária. “Se eles tivessem ajudado, o País estaria melhor, mas o PMDB preferiu enviar cartinhas e recadinhos, vamos aguardar para ver o que eles vão fazer”.
Erraram – Na verdade, está difícil para os aliados de Dilma reconhecerem seus erros, contrapõe o deputado estadual Renato Câmara (PMDB). Segundo ele, a presidente não deu ouvidos às vozes das ruas e do Congresso Nacional. “Ainda é complicado colocar o dedo na ferida, as pessoas ainda ficam acuadas, mas a presidente não conseguia administrar o país depois de tantos problemas”.
Fé e esperança – Já o deputado estadual Zé Teixeira (DEM) elogiou a maioria dos discursos feitos na sessão do Senado que decidiu pelo afastamento de Dilma. Citou a fala do ex-presidente Fernando Collor, que contou que no seu impeachment não houve tanto espaço para defesa e que sua denúncia tinha dois parágrafos em meia lauda. “Fiquei até o dia amanhecer assistindo (à sessão do Senado), agora teremos novos ares, fé e esperança com o novo governo”.
(com a redação)
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