Amanda Bogo
O setor de hemodiálise do HU (Hospital Universitário) de Campo Grande será fechado a partir de segunda-feira (16) por falta de material para realizar o procedimento, e permanecerá interditado pelos próximos 40 dias. Os pacientes que fazem o tratamento no local estão sendo transferidos para outras clínicas pela SESAU (Secretaria Municipal de Saúde Pública), informou uma funcionária do hospital.
Segundo a responsável técnica pelo setor de hemodiálise do HU, Tâmara Trelha Gauna, além dos materiais, falta equipe para realizar manutenção nas máquinas e para fazer o tratamento de água do local. "No dia 21 de abril já estávamos sem manutenção para os equipamentos, e no dia 1º de maio ficamos sem a empresa responsável pelo tratamento de água, aí foi parando tudo. Já faz três semanas que estamos emprestando solução ácida e básica de outros hospitais, mas agora eles não têm para mandar para nós. Sem o produto, não temos como atender os pacientes", revela.
De acordo com Tâmara, a interdição da área foi solicitada pela vigilância sanitária estadual, que esteve em janeiro no local fazendo vistoria, mas que até o momento nenhum documento foi enviado formalmente. "Eles estão sabendo e já pediram para fechar o setor, mas não enviaram o documento oficial até agora".
A técnica considera absurdo encerrar o atendimento. "Aqui já foi fechado uma vez porque a água estava contaminada, e agora vai fechar de novo por conta de dois processos que não deram certo e porque falta material". Ela afirmsa que nenhum dos 35 pacientes vão ficar sem o atendimento. "Ninguém será prejudicado, mas a tranferência causa transtorno para o paciente. Alguns faziam o tratamento no período da manhã, outros a tarde. Na outra clínica só terá atendimento a noite. É um inconveniente para os pacientes que já estavam acostumados aqui", desabafa.
Recursos - Hoje cedo, o governador Reinaldo Azambuja (PSDB) falou sobre a situação do Hospital Universitário "O governo federal está contingenciando recursos da saúde desde 2014, o que afeta diretamente os estados e municípios. Nenhum município hoje gasta 15% com saúde, e sim muito mais. Assim como o estado, que deveria gastar apenas 12%. Porém tem que investir mais, porque a união não aplica o necessário. Cito por exemplo o hospital universitário, que está paralisado por falta de equipamentos. Espero que o novo governo reative os hospitais universitários para que voltem a funcionar e olhe com mais prioridade para o setor da saúde", afirmou.
Em contato com a vigilância estadual,a equipe do Campo Grande News foi informada por um funcionário de que a decisão da interdição não partiu do orgão, e sim da própria administração do HU. Não conseguimos contatos com os secretários de Saúde do Estado, Nelson Tavares, e do município, Evandro Fonseca.
Nenhum comentário:
Postar um comentário