Não concorrer à reeleição ou ficar fora de um eventual segundo turno – estas são duas das possibilidades eleitorais deste ano que os aliados de Alcides Bernal (PP) passam a reconhecer, vendo suas bases políticas e eleitorais se esvaziarem na medida proporcional à baixa de sua popularidade e ao aumento da desaprovação ao seu governo. Anteriormente numeroso e agora resumido a um pequeno contingente de fiéis, o grupo que resiste a seu lado perdeu a capilaridade popular e já não reflete a ampla e variada representação das forças sociais que o elegeram em 2012.
Enquanto seu fracasso administrativo, a miopia política, o egocentrismo e o destempero de comportamento afastam aliados, Bernal mergulha no desgaste mais fundo desde o início do mandato e vê prosperar os projetos eleitorais de adversários. A amarga realidade chega com as projeções desenhadas pelos mais experientes observadores da cena sucessória que, diante de indicadores qualitativos e quantitativos, já consideram que numa eleição em dois turnos o atual prefeito ficaria de fora, perdendo terreno para dois nomes com suas pré-candidaturas confirmadas: a vice-governadora Rose Modesto (PSDB) e o deputado estadual Marquinhos Trad (PSD).
Esse é o horizonte que mais preocupa Bernal e sua base, porque põe contra si duas das opções que figuram entre as mais citadas nas intenções de voto aferido por pesquisas com o devido registro na Justiça Eleitoral e já divulgadas. O curioso é que em todas essas pesquisas os nomes de Bernal, Marquinhos e do ex-prefeito Nelsinho Trad (PTB) vinham pontuando nos primeiros lugares e o de Rose em posição inferior, porém com um desconto: quando essas amostragens foram levantadas, ela ainda tratava com reservas seu projeto eleitoral, porque priorizou as funções de vice-governadora e secretária estadual de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho.
Rose traz consigo o apoio do governador Reinaldo Azambuja, do PSDB e de seus parceiros, o que lhe dá a densidade política e eleitoral necessária para o enfrentamento. Marquinhos, com o apoio dos irmãos Nelsinho e Fábio, a bordo de pesquisas que repetidamente o lançam ao topo do ranking nas intenções de voto, figura entre os favoritos desde que se reelegeu como deputado estadual mais votado e afirmou seu nome na sucessão campo-grandense. Queira ou não, o prefeito Alcides Bernal ainda está à mesa, mas deixou de ser quem dá as cartas nesse jogo. E os coringas, ao que tudo indica, devem estar com os futuros concorrentes. Coringa talvez não ganhe jogo, mas reduz ao máximo as chances de quem não os têm.
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