segunda-feira, 2 de maio de 2016

Primeiro dia de greve leva cerca de 300 professores às ruas da Capital


Em busca de reajuste salarial, com apitos, cartazes, fogos de artifícios e até trio elétrico a categoria fez protesto em frente a prefeitura da Capital


O primeiro dia de greve dos professores da Reme (Rede Municipal de Ensino), levou cerca de 300 professores às ruas, na manhã desta segunda-feira (2) em Campo Grande. Em busca de reajuste salarial, com apitos, cartazes, fogos de artifícios e até trio elétrico a categoria fez protesto em frente a prefeitura da Capital.

Com o lema 'quem não cumpre com a educação merece um não' os professores saíram da sede do sindicato da categoria, percorreram a Rua Rui Barbosa, Avenida Afonso Pena e em seguida, se concentraram na prefeitura, onde uma comissão buscava uma solução com o prefeito Alcides Bernal (PP).

Segundo o presidente da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública), Lucílio Souza Nobre, a greve da categoria será por tempo indeterminado e todos os dias, os professores irão fazer manifestações, seja na Câmara Municipal, ou novamente na prefeitura, até conseguirem um acordo com o município.

"Estamos tentando negociar uma lei que foi aprovada em 2014. Alunos estão sem aulas devido a esta gestão. Estamos tentando uma negociação e não vamos arredar o pé, nossa luta é justa. Amanhã vamos trazer mais gente e também iremos cobrar a Câmara Municipal", adiantou Lucílio.

Segundo o sindicato, cerca de 50 escolas estão paralisadas nesta segunda-feira e o número pode aumentar com o decorrer da greve.

"O prefeito vive dizendo que as pessoas são em primeiro lugar, antes de ser servidor, todos aqui são pessoas que esperam há dois anos por reajuste", ressalta o presidente da ACP.

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (Fetems), Roberto Botareli, também participou da manifestação nesta manhã e diz apoiar a greve dos professores.

                                                       (Foto: Geovanni Gomes)
              
"Queremos bom senso para que as crianças não sejam prejudicadas. A greve é um direito institucional e não podemos admitir que os professores fiquem sem reajuste e a Fetems é parceira nesta luta", diz.

Esta é a primeira greve da categoria realizada na gestão de Bernal. Ano passado, cerca de 100 mil alunos ficaram sem aulas devido à paralisação quando Gilmar Olarte ainda estava a frente do município. A greve de 2015 durou 77 dias e mesmo assim os professores não conseguiram o tão sonhado reajuste salarial.

O que Bernal afirmava durante toda a gestão de Gilmar Olarte, está voltando à tona, mas dessa vez contra o atual gestor. Durante a grande greve dos professores do ano passado, apoiadores de Bernal cansaram de falar que a prefeitura tinha dinheiro, mas não tinha gestão. Agora, de volta ao poder, o mantra é a principal acusação contra a prefeitura.

Reajuste 
Desde o ano passado, os professores lutam pelo cumprimento do reajuste salarial da categoria, previsto em Lei Municipal e Federal, que até hoje não foi pago aos 3,2 mil profissionais da Reme. A porcentagem determinada em 2015 foi de 13,01%, mais o novo reajuste deste ano, de 11,36%, determinado em janeiro pelo Ministério da Educação (MEC).

Por maioria de votos em assembleia geral realizada em fevereiro, os professores decidiram cobrar o reajuste de 11,36% em maio, data base da categoria, junto ao pagamento de metade do reajuste de 2015, ou seja, 6,505%. A outra parcela, também de 6,505%, seria paga em outubro, somando então os 13,01%.

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