quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Aético, mas bom de briga, Cunha tira PT do comando de CPIs





Adotando uma posição incomum, que foge a tradição da casa legislativa, Eduardo Cunha reuniu aliados de partidos da oposição e legendas da base governista para articular a exclusão do PT do comando de todas as quatro CPIs que serão instaladas nesta e na próxima semana.
Desta forma, a CPI do BNDES será presidida pelo PMDB e relatada pelo PR. A dos fundos de pensão ficará sob comando do DEM e será relatada pelo PMDB. O PSDB comandará a CPI dos crimes cibernéticos e o PSD ficará com a de maus-tratos a animais. As relatorias destas duas últimas ainda não foram definidas.
A divisão foi anunciada pelo líder do DEM na Casa, Mendonça Filho (PE) após reunião de líderes da oposição na manhã desta terça-feira (4). Participaram líderes de DEM, PSDB e PPS. 
Em tese, o comando das CPIs normalmente fica a cargo dos partidos que integram os maiores blocos da Câmara. A votação acaba sendo simbólica e a escolha, é política.
“Esta é uma decisão da maioria da Casa. Se o PT pleitear a presidência, é legítimo. Mas ele vai ter que construir maioria, o que me parece improvável neste momento”, afirmou o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), líder da minoria na Câmara.
O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), reuniu-se com Cunha na manhã desta terça-feira, tentando a reversão do quadro. Depois, desbafou: “Primeiro que não tem essa de excluir ninguém. Era só o que faltava, a segunda maior bancada ficar fora da CPI. Baixa o tom. Isso não é aconselhável aqui dentro. Quem decide é a base. Nem presidente nem oposição decidem quem vai ser presidente ou relator. Esse discurso não é real. É um desejo vão da oposição. A oposição não é porta-voz nem do PR, nem do PT, nem de nenhum partido da base”, disse Guimarães.

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