segunda-feira, 27 de julho de 2015

Antonieta também recebeu doações de laranja de João Amorim


Além da Proteco, deputada ainda recebeu doações de outras nove empresas

Irmã do empreiteiro Alberto Krampe Amorim dos Santos, a deputada estadual Antonieta Amorim (PMDB) recebeu doações de campanha de Elza Cristina Araújo, possível ‘laranja’ do irmão e apontada como operadora do pagamento de propinas para agentes públicos. A empresária é apontada como peça chave no esquema de fraude em licitações de obras públicas revelado pela Operação Lama Asfáltica.

Conforme as informações disponíveis na prestação de contas da candidata ao TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral), Elza doou R$ 5 mil, como pessoa física, no dia 28 de agosto de 2014, através de transferência eletrônica. A empresária é sócia da Kamerof Participações, empresa participante do grupo Itel Informática, de propriedade de João Roberto Baird.

De acordo com as investigações da Polícia Federal, Elza Cristina era funcionária de João Amorim e realizava os pagamentos de propinas negociados pelo seu chefe. Em ligação telefônica interceptada em 9 de janeiro de 2015, entre a empresária e uma mulher identificada como Sandra, ela negocia o pagamento de despesas pessoais do ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) e destaca que não possui autonomia sobre o dinheiro que administra.

“Eu vou dar uma ligadinha pra ele [Nelson Trad Filho] porque, se for o caso eu já vou agora, porque eu tô com tanto abacaxi. Ontem, a hora que você ligou pro [Nelson Trad] Neto, ele falou eu tê numa reunião importante, te ligo depois. Ele tava comigo porque a gente realmente estava discutindo algumas coisas que eu fui muito categórica pra ele. Eu falei, Neto, eu tô aqui tentando resolver uma situação pessoal dwe vocês, só que eu não resolvo se não tiver o okay do Dr. João. É assunto financeiro, o dinheiro não é meu, o caixa não é meu [sic]”, afirma.

Além das doações de Elza, Antonieta recebeu sete depósitos que totalizam R$ 1,4 milhão da Proteco Construções Ltda, empresa registrada em nome do irmão, através de transferências nos valores de R$ 328.506,00; R$ 375.791,46; R$ 132.174,32; R$ 84,45 mil; R$ 120,87 mil; R$ 250 mil e R$ 161 mil. O empresário João Amorim ainda doou a quantia de R$ 17 mil como pessoa física, no dia 31 de julho de 2014.

No total, a deputada arrecadou R$ 2.746.305,78, sendo uma das campanhas mais caras para chapa proporcional em Mato Grosso do Sul. Além de Elza e João Amorim, realizaram doações como pessoa física João Roberto Baira, Antônio Roberto Bittencourt Teixeira Pedrosa, Isabel Maria Tavares Do Couto Oliva e Roseneide Goulart.
  
Entre os doadores de campanha também aparecem as empresas Agropecuária Areias Participações Ltda; Contrutora Rial Ltda; Jw Serviços e Construções Ltda.; Construtora Brasília Guaíba Ltda  (via diretório estadual); L A Construções Ltda (via campanha Nelsinho Trad); Iaco Agricola Sa (via Nelsinho e deputada federal Tereza Cristina, do PSB); Energética Santa Helena SA (via Tereza), BRF AS (via PSB); e JBS (via Nelsinho).

No início das investigações, Antonieta se isentou das atividades do irmão. Questionada sobre o assunto, ela declarou que o seu trabalho na Assembleia Legislativa é independente das atividades da Proteco, mesmo tendo que desistir da vaga na Comissão Permanente de Obras na Casa de Leis, após pressão popular.

“Acho que não se deve misturar o meu mandato, o meu trabalho, com nenhum outro. Não tenho problemas com as investigações, se tiver que averiguar que se averigue. Estou absolutamente tranquila, cumprindo o meu papel como parlamentar”, enfatizou na ocasião.

Operação
A Operação Lama Asfáltica investiga uma organização criminosa que teria fraudado diversas licitações em obras públicas de Mato Grosso do Sul. Os suspeitos teriam cometido os crimes de sonegação fiscal,formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva e fraudes à licitação.

O nome da operação faz referência a um dos insumos utilizados em obras com indícios de serem superfaturadas identificadas durante as investigações. Durante o cumprimento de mandados e apreensão na casa dos envolvidos, a polícia apreendeu documentos, uma obra de arte e mais de R$ 747,9 mil, em moedas nacionais e estrangeiras. 


Entre os contratos com indícios de fraude aparecem as licitações para a pavimentação da MS-430, que liga o município de São Gabriel do Oeste a Rio Negro, o aterro sanitário de Campo Grande, o Aquário do Pantanal e as Avenidas Lúdio Coelho Martins e Duque de Caxias. Para entender um pouco mais de como João Amorim atuava

Nenhum comentário:

Postar um comentário