Impasse. Palavra que define a situação de negociação salarial entre a Santa Casa e os profissionais de enfermagem. A categoria pode iniciar 'Operação Tartaruga' a partir da próxima semana, colocando em votação nas assembleias a paralisação das atividades de 3 em 3 horas a partir da segunda-feira, dia 27.
“Apesar de nossa database ser maio, enviamos a primeira proposta dos profissionais em março com o objetivo de antecipar as negociações, mas a primeira contraproposta da Santa Casa só aconteceu em junho e foi rejeitada em assembleia, porque ofereceram um reajuste de 8,34% que cobre apenas o índice do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e ainda dividido em duas parcelas - sendo 4% sobre a database de 2014 e 4,34% sobre o salário base de 2014. Em julho, a categoria rejeitou outra proposta do hospital que previa reajuste de apenas 6%, desta vez retroativo ao mês de maio, mas com valor inferior à inflação”, explica Lázaro Santana, presidente do SIEMS (Sindicato dos Trabalhadores na área de Enfermagem de Mato Grosso do Sul).
De acordo com Lázaro, a administração da Santa Casa está sendo indiferente diante das reivindicações. “O sindicato não mede esforços na expectativa de avançar nas negociações, mas não tem como avançarmos com a postura impositiva do hospital, que apresenta percentual de reajuste inferior ao que é previsto pela lei, ou seja, abaixo da inflação. Na tentativa de chegar a um consenso, a categoria apresentou a possibilidade de reajuste de 11%, retroativo a maio, mas até o momento não obtivemos respostas da junta administrativa”, destaca.
A Santa Casa justifica que as dificuldades nas negociações está na crise econômica mundial. “Tais alegações são curiosas quando olhamos os altos investimentos que estão sendo realizados na estrutura do Prontomed e em diversas alas do hospital. Em relação à contratualização, apesar de não assinarem a renovação do contrato com a prefeitura, os recursos continuam sendo repassados ao hospital. Neste momento de grande “crise” o que realmente temos visto são grandes investimentos na estrutura física do prédio, já as pessoas, os trabalhadores, são deixados para segundo plano”, critica Lázaro.
Entre as reivindicações está o índice de 12,68% de reajuste; adicional de exclusividade de 20% sobre o salário base dos profissionais; abono assiduidade de R$ 184,73; salário de R$ 1.778,86 para os técnicos em enfermagem nível 2 que tenham a graduação em enfermagem; e renovação do instrumento normativo anterior.
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