segunda-feira, 27 de julho de 2015

Filho de Beth Félix, que já é investigado por ter sido servidor fantasma na prefeitura , ganha uma vaga no Detran


Denunciado em maio deste ano por ocupar suposto 'cargo fantasma', Felipe Felix de Carvalho, de 20 anos, filho da atual diretora-presidente da Agência Municipal de Transporte e Trânsito, Elizabeth Félix da Silva Carvalho, foi nomeado em outra instituição. O jovem passou a trabalhar, em março deste ano, no Estado, na sede do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), em Campo Grande.  

Segundo consta no Diário Oficial do Estado, do dia 16 de março de 2015, o rapaz foi nomeado para o cargo em comissão vinculado à Secretaria de Estado de Governo e Gestão Estratégica. A função é para desempenhar o cargo em gerência-executiva e assessoramento, com símbolo DGA-4, no Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul. 

Um servidor comissionado que ocupa a mesma função, tem um ganho de R$ 1.005,17, com gratificação de 100%. Com isso, o valor chega a R$ 2.010,34 por mês, conforme informações do Portal da Transparência do Governo do Estado.

O que chama a atenção é que na época em que o MPE denunciou o caso envolvendo suposta prática de nomeação 'fantasma' de Felipe, Beth Félix era diretora de Habilitação e Educação no Trânsito, no Detran, em Campo Grande. E que após migrar para o Executivo Municipal, o jovem foi inserido no antigo trabalho da mãe.

Investigação 
O caso envolvendo 'servidores fantasmas' na prefeitura de Campo Grande foi descoberto durante a investigação da 29ª Promotoria de Justiça, do Ministério Público Estadual, que constatou que além de Felipe, havia outros funcionários na prefeitura na mesma situação. A Ação Civil Pública foi protocolada no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, no dia 19 de maio de 2015, e distribuída para a 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos onde caso segue tramitando.

No inquérito, tanto o prefeito Gilmar Olarte, do PP, quanto a atual diretora da Agetran, Beth Félix e o secretário de Infraestrutura Valtemir Alves de Brito, o Kaco, foram indiciados por improbidade administrativa devido a nomeação indevida de funcionários na prefeitura. Após tomar conhecimento da denúncia, a Justiça bloqueou R$ 148 mil em bens do prefeito e de Valtemir. 

Na investigação, o rapaz foi flagrado por agentes do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), malhando em academias e indo ao supermercado durante o horário de expediente. 

Posição
A reportagem esteve na última sexta-feira (24), na sede do Detran e constatou que o jovem cumpre expediente no setor 8, da Procuradoria do Detran. De forma extra-oficial, Felipe afirmou à equipe que trabalha 'diariamente no Detran até 13h30', horário que funciona o setor, cumprindo 'o horário do ponto' e as normas do órgão.

Sobre o processo de investigação, Felipe afirmou que após ter o seu nome envolvido, 'ninguém foi procurá-lo para esclarecer o fato'. Indagado se gostaria de falar sobre o ocorrido, o jovem preferiu não comentar.  

A publicação da nomeação de Felipe Félix na Prefeitura foi publicada no dia Diário Oficial do Município (Diogrande), no dia 8 de abril de 2014. Felipe foi lotado na Secretaria Municipal de Governo. Durante a investigação do Gaeco, o rapaz foi exonerado no dia 7 de maio do mesmo ano. 


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