Às 10:20, o dólar avançava 0,11 por cento, a 3,3506 reais na venda
O dólar avançava pela quarta sessão consecutiva nesta segunda-feira, renovando a máxima intradia em mais de doze anos, pressionado pela apreensão dos investidores com as perspectivas fiscais do Brasil e pelo tombo da bolsa chinesa.
Às 10:20, o dólar avançava 0,11 por cento, a 3,3506 reais na venda. Na máxima da sessão, a moeda norte-americana subiu 1,06 por cento, a 3,3825 reais, maior nível intradia desde 31 de março de 2003, quando foi a 3,3900 reais.
"O dólar diminuiu as altas, mas é um movimento passageiro, um pequeno ajuste depois de altas relevantes nas últimas sessões. Particularmente, eu acredito que (a moeda norte-america) rompe o patamar de 3,40 reais", afirmou a operadora de um banco nacional, que pediu anonimato.
Na quarta-feira passada, o governo reduziu suas metas fiscais para este e os próximos dois anos, abrindo brecha inclusive para déficit primário em 2015.
A decisão surpreendeu e decepcionou investidores, que entenderam a manobra como sinal de menor comprometimento com o reequilíbrio das contas públicas e temem que o Brasil possa vir a perder seu grau de investimento.
A reação no mercado cambial foi imediata, com fortes altas da moeda norte-americana, que acumularam 5,48 por cento nas três sessões anteriores.
"Com a atividade ruim, a inflação alta e as mudanças nas metas fiscais, o Brasil está caminhando para uma crise de creibilidade", afirmou o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva Filho.
Nos mercados externos, o tombo de mais de 8 por cento da bolsa chinesa, o maior desde 2007, trouxe de volta aos holofotes a desaceleração da segunda maior economia do mundo, que é um importante parceiro comercial do Brasil. O dólar avançava em relação às principais moedas emergentes, como os pesos chileno e mexicano, mais sensíveis ao tema.
"A China é uma referência para quem investe em emergentes.
Se a bolsa lá piora, o investidor também fica com um pé atrás para investir aqui", disse o superintendente de câmbio da corretora Tov, Reginaldo Siaca.
Operadores também seguiam atentos às intervenções do Banco Central no câmbio, à espera de sinalização sobre qual fatia dos swaps cambiais, equivalentes a venda futura de dólares, que vencem em setembro, será rolada. Mais tarde, o BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em agosto, com oferta de até 6 mil contratos
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