domingo, 26 de julho de 2015

Escutas da PF revelam quadrilha formada por Puccinelli, Amorim, Trad e Giroto

Da Redação
Em escutas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal (PF) com autorização da Justiça, durante a investigação que desencadeou a Operação Lama Asfáltica, há trechos que revelam claramente a quadrilha formada pelo empreiteiro João Amorim, o então governador André Puccinelli, além do secretário de Obras da época, Edson Giroto e até do candidato ao governo do Estado, Nelson Trad Filho.
A conclusão do MPF depois de análise das conversas é que “Amorim, Giroto, Puccinelli e Trad Filho parecem formar um único grupo. Em que pese referidos diálogos tratem de questões políticas (eleições ao governo estadual de 2014, na qual Nelsinho foi candidato)”.
Ainda conforme o inquérito ao qual o Portal Correio do Estado teve acesso, o órgão concluiu que “é inegável que em determinadas ocasiões fica claro o interesse privado do grupo à ascensão ao poder, confirmando o tratamento privado que conferem à gestão da coisa pública”.
Além de negociar e favorecer as licitações e os termos aditivos que aumentavam os valores das obras, Giroto, Puccinelli e Amorim, segundo a investigação, também confiavam na reeleição de Nelson Trad para que o esquema pudesse continuar a ser operado.
DIÁLOGOS
Em diálogo de maio do ano passado entre Amorim e Giroto, fica clara a intimidade da dupla e também as negociações para eleição de Nelsinho. No início da ligação, Amorim questiona se Giroto está bravo com ele, a resposta é essa: “Nunca, é a única coisa que eu não vou fazer nunca. Você é o único que não tem a menor possibilidade do mundo de nós brigar”.
Em outro trecho, Giroto diz a Amorim que se reuniu com Nelsinho para definir o futuro do Governo, caso ele conquistasse o cargo. “Tomei um litro de whisky com ele, aí conversei, ligando para você, para você ir lá para ver se a gente acertava, mas tá bom, depois você conversa com ele”, afirmou Edson Giroto. No dia seguinte, Nelson Trad liga para João Amorim e os dois conversam sobre o futuro depois das eleições, ou seja, em 2015. Amorim começa dizendo: “Nelsinho, você sabe que apesar das nossas divergências conceituais eu não arredei o pé um minuto, né?”.
Do outro lado da linha, o então candidato ao governo responde: “É verdade, é verdade, e ó, eu tô junto, o que vocês falar (sic) para mim fazer, eu vou fazer, e você sabe que eu sou f*, se por eu nessa p* aí, eu ganho essa merda aí”, completou Nelsinho.
A conversa continua e a todos momento o ex-prefeito da Capital deixa claro que com a eleição dele, um grupo seria formado para que as fraudes continuassem.
LAMA ASFÁLTICA
De acordo com a Polícia Federal, as investigações começaram em 2013 e apontaram existência de esquema de superfaturamento de obras “mediante prática de corrupção de servidores públicos e fraudes a licitações, ocasionando desvios de recursos públicos”. A organização criminosa atua no ramo de pavimentação de rodovias, construção de vias públicas, coleta de lixo e limpeza urbana.
Fonte: Correio do Estado

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