João Baird teve o telefone celular grampeado pela Polícia Federal, com autorização judicial
Um dos investigados na Operação Lava Jato, o empresário João Baird vive uma vida de luxo e ostentação. Pelo menos é assim que a Polícia Federal define a rotina do dono da Itel Informática Ltda., empresa com diversos contratos com o poder público e agora na mira da investigação. Após o escândalo, o MPE-MS (Ministério Público Estadual), inclusive, já recomendou que a Prefeitura de Campo Grande suspenda os contratos com a Itel.
João Baird teve o telefone celular grampeado pela Polícia Federal, com autorização judicial. Além de captar diversas estratégias de negócios – muitas supostamente ilícitas – os policiais identificaram a luxuosa vida do aliado de João Amorim, pivô da Lama Asfáltica, de quem Baird seria ‘laranja’, ainda conforme a investigação.
Em gravações realizadas a partir do dia 14 de março do ano passado, a Polícia Federal flagrou conversas entre o empresário, o piloto da aeronave dele, filhas, namorada e outros amigos. “[As gravações] mostram a ostentação em viagens, compras e empréstimos de suas aeronaves”, relata o documento da PF, obtido pelo TopMídia News.
A todo momento Baird faz de tudo para agradar as filhas. Gravações mostram de compras ‘simples’ – como celular Iphone S5 de R$ 3,6 mil a caixas de champagne Le Chandon, com cada garrafa custando R$ 150 – a mimos mais caros. Em conversa telefônica do dia 20 de março, uma das filhas relata a compra de um cachorro importado do estado norte-americano do Texas, ao custo de R$ 20 mil.
Ainda conforme as escutas telefônicas, as viagens familiares em aviões particulares eram mais que comuns, e um dos destinos favoritos seria a cidade turística de Miami, também nos Estados Unidos. Lá, a família de Baird teria residência, mas a informação não é confirmada pela Polícia Federal.
Outros destinos comuns são São Paulo e Marília, ambos municípios paulistas. A aeronave é utilizada por todo o núcleo familiar de Baird. O avião tem também apelido carinhoso no meio político sul-mato-grossense: é o cheio de charme, usado por diversos políticos.
Na mira
O MPE, através da 30ª Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social, recomentou que a prefeitura de Campo Grande suspenda os contratos vigentes firmados com as empresas Proteco Engenharia Ltda, do empresário João Amorim, e Itel Informática Ltda, de João Baird. As duas empresas são investigadas pela Operação Lama Asfáltica, deflagrada dia 9 de julho.
Conforme as investigações, João Amorim teria negociado pagamentos de propinas e oferecido viagens a políticos sul-mato-grossenses, como o ex-governador André Puccinelli (PMDB), o ex-secretário de obras, Edson Giroto, e o ex-secretário-adjunto de fazenda, André Cance, para obter vantagens em licitações públicas estaduais e municipais. Ele também teria ampliado seu ‘império’ através do uso de laranjas, que seriam Elza Cristina Araújo dos Santos, João Roberto Baird e seu genro, Luciano Dolzan.
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