domingo, 26 de julho de 2015

Derrocada do PMDB começou e pode se estender com Giroto e Puccinelli


Pressão de Puccinelli contribuiu com crise
O ex-governador André Puccinelli (PMDB) e sua relação de amizade com o ex-deputado federal Edson Giroto (PR) contribuíram para crise que parece não ter fim no PMDB de Mato Grosso do Sul. Atualmente, a dupla sofre investigação da Polícia Federal, na Operação Lama Asfáltica, mas foram responsáveis por uma crise que assola o partido desde 2012.

A crise dentro do PMDB teve como auge a disputa em 2012, quando Puccinelli bancou a candidatura de Giroto. Muita gente entendeu que a candidatura do então deputado foi colocada “goela abaixo”, o que acabou contribuindo para derrota do partido. O grupo que apostava em outros nomes acabou não entrando em campo e levou o PMDB a derrota após 20 anos em Campo Grande.
A derrota levantou vários questionamentos e acabou abrindo nova crise, desta vez com o ex-prefeito Nelsinho Trad (PMDB). O grupo de Giroto alegou que Nelsinho não fez campanha como deveria, contribuindo para derrota e resolveu endurecer o discurso. Nelsinho se lançava como pré-candidato e Puccinelli tratava de dizer que não tinha ninguém escolhido e que os incomodados se mudassem.
O ex-governador queria ser candidato ao Senado, tendo Simonte Tebet (PMDB) como governadora, mas não conseguiu. Nelsinho bateu o pé, ameaçou sair do partido e acabou emplacando a candidatura, deixando Puccinelli de fora.
Durante a eleição, foi a vez do grupo de Puccinelli tirar o pé do acelerador e de Nelsinho sofrer a derrota.  Tal como Giroto, Nelsinho também saiu reclamando da falta de apoio. A derrota, inclusive, fez a família anunciar a saída do PMDB, em nova crise interna.
Alguns minimizaram a saída da família Trad, não avaliando o fato como crise. Porém, poucos dias depois, o partido recebeu novo golpe nestas sucessivas crises: Operação Lama Asfáltica, da Polícia Federal e Controladoria Geral da União.
A operação colocou em xeque uma das principais lideranças do partido, que fazia questão de dizer que no governo dele não havia nada irregular. Porém, ao contrário do que diz Puccinelli, a Polícia Federal e a CGU alegam ter provas de que o grupo do empresário João Amorim, com ajuda de integrantes do governo, montou uma organização criminosa para favorecer empresas e desviar recursos do Governo do Estado.
 Na primeira parte da investigação a polícia identificou R$ 11 milhões em desvios, levando em consideração apenas três contratos. Agora, a polícia e a CGU analisam outros 27 contratos, apreendidos durante a Operação Lama Asfáltica.
O partido já enfrentava dificuldade com a falta de candidatos, visto que lideranças como Puccinelli, Waldemir Moka, Simone Tebet, Marquinhos Trad e Carlos Marun anunciaram que não vão disputar a prefeitura.  
Agora, sem candidatos ditos favoritos, o partido ainda enfrenta o problema com a operação, que virou febre, principalmente nas redes sociais.  Nas investigações figuram como destaque Giroto e Puccinelli, que eram secretário e governador na gestão passada. Puccinelli foi citado na investigação como discreto. Já Giroto foi gravado em algumas escutas, conversando com o empreiteiro João Amorim sobre algumas decisões do governo. A principal delas foi a negociação para que a Egelt passasse a obra do Aquário do Pantanal para a Proteco, de João Amorim.

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