Semana passada, foi publicado pela imprensa local, uma conversa entre o presidente da Câmara, vereador Mário César (PMDB) e o empresário João Amorim, dono da Proteco Engenharia Ltda, empresa investigada na operação Lama Asfáltica. O diálogo publicado foi extraído de relatórios da Polícia Federal, que investiga suposto esquema de propina para beneficiar empresas ligadas a João Amorim.
No diálogo do dia nove de março, três dias antes da cassação de Bernal, Amorim e Mário marcam encontro. Em outro áudio gravado pela PF no dia anterior (8 de março), Mário fala a Amorim sobre uma "(...) excelente conversa". Em seguida, Amorim responde: "(...) então temo que pegar outro cafezinho, hoje né ". Cafezinho, conforme traz relatório da PF seria um código usado por Amorim e pessoas ligadas a ele para identificar "dinheiro."
Em outra conversa interceptada pela PF, um dia antes da votação que cassaria mandato de Bernal, João Baird, dono da Itel Informática, conversa com Fabio Portella sobre quantidade de vereadores que votariam pela cassação de Bernal. Fábio diz claramente que "Goiano", pessoa ainda não identificada, garantiu a ele que Gilmar (supostamente vereador Gilmar da Cruz) havia fechado com grupo e votaria pela cassação. Gilmar da Cruz (PRB) é um dos vereadores que até dia votação era da cota dos indecisos, ele havia sido da base de Bernal e pouco tempo antes da cassação se declarou independente. Depois Baird pergunta a ele qual seria placar da votação, e ele diz: "Todo mundo acha que dá 22, na minha conta pode ser 23". De fato Bernal foi cassado por 23 votos.
As conversas apontam para suposta proximidade entre Mario e Amorim, assim como a conversa entre João Baird e Fábio Portella aponta que ambos possam, supostamente, estar envolvidos no processo que acarretou cassação de Alcides Bernal.
No entanto, no dia 21 de maio, o MS Notícias esteve na Câmara Municipal para conversar com presidente da Casa, vereador Mário César, sobre denúncias que este site já havia recebido da suposta “compra de votos” para cassar Bernal. Na conversa, Mário nega tese e afirma não conhecer João Amorim nem João Baird. O presidente do Legislativo Municipal também contesta conversas entre vereadores e secretário de governo de Olarte discutindo divisão de secretarias, dias antes e depois da cassação. Para Mário, as conversas são apenas “discussões para composição de governo.”
?“Conheço ele (João Amorim) como todo mundo conhece”, disse Mário. Em seguida, o presidente do Legislativo foi questionado sobre possível compra de votos e a relação entre vereadores e os empresários João Baird e João Amorim. Mário respondeu: “Não tem relação de vereadores com nenhum empresário. São empresários antigos de Campo Grande que fizeram parte de todos os governos, do PT, PMDB, ele (João Amorim) não é conhecido dos vereadores, é conhecido de todos inclusive as imprensa.”
Porém, as escutas telefônicas interceptadas pela Polícia Federal, com autorização judicial, no entanto, mostram diversas conversas, em dias diferentes, entre Amorim e Mário César. Como já foi citado no início da reportagem, ambos inclusive marcaram encontro para “pegar cafezinho”. Confira vídeo da entrevista:
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