André Luiz dos Santos se relacionava com Amorim, mas se referia a ele de forma pejorativa
O empresário André Luiz dos Santos, mais conhecido como ALS, foi considerado pela PF (Polícia Federal) como o sucessor do empreiteiro João Krampe Amorim, pivô da Operação Lama Asfáltica, em uma possível ascensão da família Trad ao poder.
Conforme documentos obtidos pelo Top Mídia News, o empresário até se relaciona com o atual ‘imperador’ das obras públicas em Mato Grosso do Sul, mas se refere a João Amorim de formas pejorativas como “cara do Extra” e “bandido”, entre outros nomes.
De acordo com o relatório da PF, “a maior parte de suas ligações parece refletir falcatruas e conchavos políticos. Declaradamente participa de esquemas fraudulentos, principalmente em Corumbá/MS”.
André teria um bom relacionamento com o empresário Carlos Clementino, proprietário da Engepar Engenharia e Participações Ltda., que mantém diversos contratos com as prefeituras de Campo Grande e Corumbá, e é um dos principais doadores de campanha da família Trad.
Entre as obras tocadas pela Engepar estão a edificação da UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família) do Bairro Tiradentes na Capital e a construção de 338 unidades habitacionais em Corumbá. Alguns dos contratos somam mais de 13 aditivos e ultrapassam os R$ 10,8 milhões.
Também relacionado a André, estaria o empresário José Laureano Ribeiro, dono da rede de postos de gasolina Trokar Postos e Serviços Ltda. Em conversa interceptada pela PF em 28 de abril de 2014, às 12h50, o empresário pergunta a José Laureano se ele conseguiu acertar o pagamento do “bandido” que, segundo as investigações, seria João Amorim.
Conforme o inquérito civil nº 67/2009, iniciado pela 34ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da comarca de Campo Grande, André Luiz dos Santos comanda as empresas A. L. dos Santos & Cia Ltda., e Transportadora Fretão Ltda.
Na ocasião do inquérito, o MPE (Ministério Público Estadual) investigava a ocorrência de danos ambientais decorrentes da atividade de extração de areia na BR 163, em Campo Grande, sem licença, autorização ambiental ou contrariando as normas legais.
Núcleo Trad
O núcleo Trad é composto pelo deputado estadual Marquinhos Trad (PMDB), o ex-deputado federal Fábio Trad (Sem Partido) e o ex-prefeito de Campo Grande, Nelsinho Trad (PMDB), sendo o último citado em diversos trechos das investigações.
Conforme a PF, Nelsinho teria recebido pagamentos ilícitos da organização criminosa liderada por João Amorim, que também é seu ex-cunhado, e recebeu diversas doações de campanha de empresas investigadas pela Operação Lama Asfáltica.
Operação Lama Asfáltica
O nome da operação faz referência a um dos insumos utilizados em obras com indícios de serem superfaturadas identificadas durante as investigações. Durante o cumprimento de mandados e apreensão na casa dos envolvidos, a polícia apreendeu documentos, uma obra de arte e mais de R$ 747,9 mil, em moedas nacionais e estrangeiras.
Entre os contratos com indícios de fraude aparecem as licitações para a pavimentação da MS-430, que liga o município de São Gabriel do Oeste a Rio Negro, o aterro sanitário de Campo Grande, o Aquário do Pantanal e as Avenidas Lúdio Coelho Martins e Duque de Caxias.
Os suspeitos teriam cometido os crimes de sonegação fiscal, formação de quadrilha, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, corrupção passiva e fraudes à licitação.
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